Uma análise de 1.180 pontos de praias monitorados em 14 estados do Brasil mostrou que três em cada dez praias estão impróprias para banho. O levantamento foi feito pela Folha de S. Paulo com dados coletados durante mais de três meses ao longo de 2016.
Dos pontos analisados, 42% foram classificados como “bons” ou “ótimos” para banho, 29% estavam “regulares”, e 29%, “ruins” ou “péssimos” por mais de três meses.
De acordo com o texto, o banho em praias classificadas como “ruins” ou “péssimas” pode causar doenças gastrointestinais ou de pele.
“As classificações das praias são uma probabilidade. Gostaria de saber se, em determinada praia, vai ficar doente ou não. Mas, do ponto de vista da ciência, não é tão simples. Há diversas variáveis”, explicou o pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Guimarães Barrocas. Segundo o especialista, a contaminação pode ocorrer, inclusive, em praias consideradas limpas.
A praia é considerada imprópria se tiver registrado mais de 1.000 coliformes fecais para cada 100 ml de água. Os testes, no entando, não identificam vírus presentes em águas contaminadas nem poluição da areia.
Os estados com o maior número de praias classificadas como boas são Paraná (98%) e Rio Grande do Sul (95%).
No Rio, a maior concentração de praias sujas está na região da baía de Guanabara, como Botafogo e Flamengo, devido ao despejo de esgoto. Na zona sul, as praias são “regular” ou “péssima”, com exceção de Copacabana e Leme, que foram classificadas como “boa”.
Já em São Paulo, Ilhabela teve apenas 7 das 18 praias classificadas como próprias para banho. Isto porque somente 28% da população local está conectada à rede de esgoto.
Entre as capitais nordestinas, o título de pior balneabilidade vai para São Luís, onde todas as 16 praias foram consideradas “péssimas”.
Em Salvador, das 37 praias avaliadas, 20 são “ruins” ou “péssimas”, 12 são “regulares” e cinco são “boas”, como Ponta de Nossa Senhora, Flamengo, Aleluia, Forte de Santa Maria e o trecho junto ao Farol da Barra.