Megaoperação desmonta rede bilionária de ocultação do Grupo Refit, apontado como maior devedor de impostos do país

Uma megaoperação nacional deflagrada nesta quinta-feira mirou o Grupo Refit, dono da antiga refinaria de Manguinhos e apontado como o maior devedor de impostos de São Paulo. Segundo a Receita Federal, o conglomerado utilizava uma rede sofisticada de holdings, fundos de investimento e offshores para ocultar dinheiro, lavar recursos e blindar patrimônio. O esquema teria causado prejuízo superior a R$ 26 bilhões aos cofres públicos.

As investigações revelam que ao menos 17 fundos ligados ao grupo movimentaram R$ 8 bilhões, muitos deles com apenas um cotista e frequentemente conectados entre si para criar camadas de ocultação. Além disso, mais de 15 offshores nos Estados Unidos foram identificadas, especialmente em Delaware, jurisdição conhecida pela facilidade de abertura de empresas com anonimato e baixa tributação. Essas estruturas enviaram cerca de R$ 1 bilhão ao Brasil para aquisição de imóveis e participações.

O esquema também envolvia importação de combustíveis por meio de empresas no exterior, incluindo uma exportadora no Texas que movimentou R$ 12,5 bilhões entre 2020 e 2025. Recursos eram enviados ao exterior sob contratos de mútuo e retornavam ao país como supostos investimentos, completando o ciclo de lavagem. A Receita afirma que administradoras e gestoras de fundos também podem ter colaborado para ocultar informações fiscais.

A Operação Poço de Lobato cumpre 190 mandados em cinco estados e no Distrito Federal, envolvendo mais de 600 agentes públicos. O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo conseguiu bloquear R$ 8,9 bilhões em bens dos investigados, enquanto a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional obteve a indisponibilidade de mais R$ 1,2 bilhão. A defesa do Grupo Refit ainda não se manifestou.


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