Várzea Alegre – Governo entrega Medalha Papai Raimundo e presta homenagem ao Eterno Deputado Otacílio Correia

A Prefeitura de Várzea Alegre realizou nesta manhã de sábado, 26, no auditório Josué Alves Diniz, da Escola Municipal Dr. Pedro Sátiro a cerimônia de outorga da Medalha Papai Raimundo.

Foram 12 homenageados, incluindo uma personalidade jurídica: Ana Ferreira Rolim “Dona Aniete” – Professora; Cristiana Bitu de Freitas – Enfermeira; Francisco Batista Alves “Demontier” – Contador; Francisco Marco Filho – Administrador, Radialista, Empresário e Escritor; GVS Sport Nordeste – Empresários Hélio Tenório da Silva e Osmar Meneghiti; José Batista Rolim – Vereador; José Carolino do Nascimento “Zé Luzia” – Agricultor; José Sarto Nogueira Moreira – Deputado Estadual; Josimar Cunha Rodrigues “Josimar de Maranhãozinho” – Deputado Estadual pelo Maranhão; Maria Valdinete Silva – Pedagoga com especialização em psicopedagogia e Ex-Secretária Municipal Assistência Social; Nilo Sérgio Viana Bezerra – Ex-Deputado Estadual; e Samoel Moreira de Holanda Júnior – Empresário.

Nesta 7ª edição da Medalha Papai Raimundo, o Governo de Várzea Alegre outorgou Menção Honrosa à família do Eterno Deputado Luiz Otacílio Correia (in memoriam), pela passagem do seu Centenário de Nascimento – 29 de março de 1917 a 29 de março de 2017.

O evento contou a presença de autoridades, familiares e amigos, inclusive com a presença do vice-presidente da APRECE, Dr. Nilson Diniz (PDT) – Prefeito de Cedro e com prefeitos da região, formando um grande público no auditório que ficou lotado.

O Prefeito Zé Helder disse que a Medalha Papai Raimundo foi uma comenda criada em seu segundo governo com o objetivo de reconhecer, agradecer e homenagear àqueles que fizeram e que fazem por Várzea Alegre em diferentes segmentos da sociedade, seja na política, na economia ou na área social.

Dr. Fabrício Rolim, Vice-Prefeito da cidade, disse que estava contente pela solenidade de outorga da Medalha Papai Raimundo, em reconhecimento a todas os homenageados que fizeram e farão por Várzea Alegre e pela homenagem à sua mãe a professora Aniete Ferreira Rolim.

Representado a família de Luiz Otacílio Correia, homenageado pelo Centenário de Nascimento, a filha dele, Antônia Edinólia, agradeceu a homenagem e o neto do deputado, Carlos Kleber, em seu discurso, destacou passagens da vida do avô, dos momentos difíceis quando o mesmo faleceu e lembrou a raízes do deputado, citando que é “soca” – referência a renovação da corta de arroz, do seu avô e demostrou tal citação com orgulho.

O presidente da Câmara Alan Salviano enalteceu a comenda que desde 2011 é outorgada em Várzea Alegre.

Falando pelos homenageados, o radialista Marcos Filho, fez uma síntese da biografia de todos, apontado a relevância da história de cada um para a indicação à Medalha Papai Raimundo.

Nesta edição, a Medalha Papai Raimundo soma 72 homenageados, valorizando personalidades varzealegrenses ou não, que tenham prestado serviços ou contribuído para o desenvolvimento de Várzea Alegre.

QUEM FOI PAPAI RAIMUNDO
RAIMUNDO DUARTE BEZERRA “PAPAI RAIMUNDO”
O FUNDADOR DE VÁRZEA ALEGRE

Uma peculiaridade que marcou Várzea Alegre, desde os tempos mais remotos, tem sido a preferência pelo nome Raimundo. Com efeito, tornou-se comum existirem Raimundos em todas as épocas e no seio de todas as famílias.

O fenômeno origina-se, em parte, na mística do santo padroeiro, todavia a verdadeira origem é ainda antiga e se assenta na figura histórica de Raimundo Duarte Bezerra, imortalizado pela alcunha afetiva de Papai Raimundo.

Passados mais de dois séculos do seu nascimento, ouve-se, hoje, com bastante freqüência, a indagação: quem foi Papai Raimundo? O que fez esse personagem tão famoso, cuja história está meio adormecida lá nos confins dos tempos?

Como resposta, podemos assegurar que Raimundo Duarte Bezerra foi o principal ascendente das origens varzealegrenses e fundador da cidade.

Nasceu em 1767, no sítio Lagoas, distrito de Canindezinho, filho de Francisco Duarte Bezerra e Bárbara de Morais Rêgo. Era neto de Bernardo Duarte Pinheiro e Ana Maria Bezerra, ele o primeiro colonizador do município de Várzea Alegre, aqui instalado em 1718, no tempo do Brasil colônia, há quase 300 anos.

Casou-se com Teresa Maria de Jesus, no dia 20 de agosto de 1788, e escolheu as terras, onde depois surgiu a cidade de Várzea Alegre, para edificar sua casa e estabelecer-se. Reza a tradição, que a casa ficava bem próxima à lagoa e que em torno dela outras habitações surgiram. Foi erigida uma capela e formou-se o embrião de um povoado que viria a ser Várzea Alegre, num futuro tão distante.

Papai Raimundo tinha ancestrais portugueses, pernambucanos, piauienses e dos Inhamuns. Sua mulher era neta de João da Cunha Gadelha, fundador do distrito de Naraniú. Do casamento nasceram oito filhos que cresceram ao lado dos pais, ocupados nos afazeres próprios de uma fazenda de plantar e criar, segundo o modelo da época. Destaque para Major Joaquim Alves, o principal responsável pela doação das terras a São Raimundo Nonato. Os registros cartoriais, apesar de algumas controvérsias, revelam que Raimundo Duarte Bezerra teve seis irmãos, com relevância para Manuel Antônio de Morais (o velho Morais) e José Bezerra da Costa, também responsáveis por numerosas proles. Mas era ele o líder e foi ele o nome que mais se identificou com as origens da cidade, por ter fixado residência aqui. Depois de ficar viúvo, Papai Raimundo contraiu um segundo casamento e dessa vez com Ana Maria dos Passos, que era filha de Antônio Correia Lima e Damiana Pereira. Desse casamento nasceram mais nove filhos. Destaque para Idelfonso Correia Lima (Major Idelfonso), que seria importante personagem na história política do vizinho município de Lavras da Mangabeira.

Rodeados de filhos, genros, noras, netos, sobrinhos e afilhados, vivia o nosso patriarca devotado ao trabalho e à família. Sua bondade era tanta que lhe valeu a alcunha afetiva de Papai Raimundo.

Faleceu em 1840 deixando com a família um legado que o tempo não destruiria. O sítio por ele implantado prosperou, tornou-se povoado, depois vila e hoje é esta cidade tão simpática, generosa, hospitaleira e progressista.

Essa é a razão pela qual ainda hoje cultuamos a memória de Raimundo Duarte Bezerra. A história reconheceu a sua importância e para nós esta terra será sempre a Várzea Alegre de Papai Raimundo.

Texto: Tibúrcio Bezerra

Assessoria de Comunicação