Governo teme que ‘sanções seletivas’ contra a Rússia prejudiquem negócios com o Brasil

O governo brasileiro está em alerta e deve se colocar contra o que classifica de “sanções seletivas” que podem vir a ser adotadas por outros países contra a Rússia e que prejudiquem o Brasil.

A principal preocupação é que essas medidas inviabilizem a importação de fertilizantes e de trigo da Rússia pelo Brasil, tema que foi discutido durante o encontro do presidente Jair Bolsonaro com Vladimir Putin.

O temor de diplomatas brasileiros é que as potências que discutem as sanções contra a Rússia optem por restrições “convenientes” para elas. Ou seja, que não impliquem em grandes prejuízos para suas próprias economias, mas que podem ter reflexos muito negativos para outros países, entre eles o Brasil.

Assessores presidenciais citaram como exemplo as sanções financeiras já anunciadas, como a que bloqueou o acesso de alguns dos mais importantes bancos russos ao Swift, sistema de comunicação que facilita e agiliza pagamentos e transações internacionais.

Essa sanção envolvendo o Swift não deve, por exemplo, afetar o fornecimento de gás natural da Rússia para a Alemanha, país que enfrenta uma crise energética. Isso porque existe uma câmara de compensação específica para pagar gás.

Entretanto, o governo Bolsonaro teme que essa sanção possa inviabilizar a importação de fertilizantes da Rússia pelo Brasil, fundamental para a produção na próxima safra agrícola.

No domingo (27), durante o voto em que se mostrou a favor da discussão do conflito na Assembleia Geral da ONU, o representante do Brasil no Conselho de Segurança, o embaixador Ronaldo Costa Filho, já havia manifestado essa preocupação.

Fonte: G1/Blog do Valdo Cruz