Procurador-geral da República abre investigação preliminar contra o ministro Paulo Guedes

O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura do procedimento e colherá informações com o ministro

O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura de investigação preliminar sobre a offshore mantida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em paraíso fiscal. O Ministério Público Federal vai buscar informações sobre a situação e pedir esclarecimentos a Guedes.

Pelo menos três representações contra Guedes foram protocoladas no STF. A existência da empresa foi revelada pela investigação Pandora Papers, realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Em 2014, na época da abertura, a empresa tinha um capital de U$ 8,5 milhões. No ano seguinte, em 2015 outro investimento, de U$ 1,5 milhão.

A companhia se valorizou pelo menos U$ 14,3 milhões desde então, graças às altas no preço do dólar no Brasil. O ministro Paulo Guedes afirma, entretanto, que a existência desse tipo de negócio foi informada à Comissão de Ética Pública e à Receita Federal.

Comissão de Ética

A Comissão de Ética Pública (CEP), instituição do governo brasileiro que administra e aplica o Código de Conduta da Alta Administração Federal, informou que pode investigar se Guedes, desrespeitou a recomendação do órgão de maio de 2019 para que não atuasse em interessse próprio enquanto estiver à frente do Ministério pelo fato de possuir uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe.

Em nota oficial publicada nesta segunda-feira (4), o colegiado disse que quando analisou a Declaração Confidencial de Informações (DCI) apresentada por Guedes sobre a empresa que ele mantém no exterior “recomendou ações para mitigar e evitar a possibilidade de ocorrência de conflito de interesses”.

Fonte: R7