Representantes das escolas e da Liesa alegam que sem vacina contra a Covid-19 é impossível realizar o espetáculo em segurança. Novo encontro deve definir se haverá desfile no próximo ano.
Ficou para setembro a decisão sobre o carnaval do ano que vem. As escolas de samba do Grupo Especial se reuniram na noite de terça-feira (14) com representantes da Liga Independente (Liesa) e foram unânimes num ponto: não dá para ter desfile enquanto não existir uma vacina contra o coronavírus.
Das 12 escolas do Grupo Especial, 8 já divulgaram os enredos para o carnaval de 2021.
Os barracões estão parados. Só continuam sendo feitos os trabalhos feitos a distância, como a sinopse e os desenhos das fantasias e de carros alegóricos.
O cenário ainda é de incerteza e uma nova reunião foi marcada para setembro para reavaliação da situação.
O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, comentou sobre os desfiles na Sapucaí:
“Só imaginamos ter o desfile das escolas de samba em fevereiro se houver uma vacina. Se não houver a vacina nós não temos como fazer esse evento com aglomeração. Carnaval é isso. O jogo de futebol pode acontecer sem plateia, a Fórmula 1 pode acontecer sem plateia, mas os desfiles das escolas de samba não podem acontecer sem aglomeração dos desfilantes ou de quem tá assistindo”, disse Castanheira.
Carnaval de rua
Também há incerteza em relação ao carnaval de rua, já que os blocos levam multidões às vias do Rio.
A Sebastiana, Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro, também só pretende definir em outubro o que irá acontecer no próximo ano.
“Eu acho que lá pra outubro, mais ou menos final de outubro, a gente pode ter elementos pra uma decisão mais comprometida, pra uma decisão final. Então vamos aguardar um pouco, vamos deixar correr. Agora, sem vacina é pouco provável que a gente realize”, falou Rita Fernandes, que está à frente da Sebastiana.
Escolas querem vacina para desfilar com segurança
Na terça-feira (14), 5 das 12 escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca afirmaram ser inviável realizar os desfiles ano que vem sem vacina para a Covid-19 — e em qualquer data.
São elas: Beija-Flor, Vila Isabel, Imperatriz, Grande Rio e São Clemente.
O grupo sustenta não haver segurança para colocar as escolas na Avenida sem que componentes e público estejam imunizados.
Das demais sete escolas:
- A Unidos da Tijuca pontuou ser prematuro decidir agora sobre um adiamento;
- A Portela admitiu indefinição, mas afirmou ouvir as autoridades sanitárias;
- Três escolas — Viradouro, Mocidade e Tuiuti — afirmaram que só vão se manifestar na plenária;
- Salgueiro e Mangueira não comentaram até a última atualização desta reportagem — mas o carnavalesco Leandro Vieira, da Verde e Rosa, disse ao G1 que “carnaval bom é carnaval com segurança”.
Vendas em suspenso
A Prefeitura do Rio disse que ainda não é possível falar em definição sobre o carnaval do ano que vem por causa da pandemia da Covid-19.
Segundo a Riotur, a Liesa solicitou que a prefeitura não publicasse informações sobre a venda de ingressos até que houvesse uma definição.
“A decisão sobre o assunto vai ser tomada em conjunto e sempre baseada em estudos científicos que garantam a segurança de todos”, disse a nota.
Fonte: G1