O Supremo deveria retomar nesta semana um julgamento sobre a descriminalização da maconha para uso pessoal
È m discurso na Esplanada dos Ministérios, para um grupo de cerca de 300 pessoas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro da Cidadania, Osmar Terra, fizeram neste domingo (3) duras críticas às mobilizações que existem na sociedade, no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da liberalização das drogas.
“Esse encontro aqui é para a gente chamar a atenção do STF e dizer que nós somos contrários à legalização das drogas e que esta é uma matéria que não deve ser pertinente à Suprema Corte, mas sim ao Congresso Nacional. Se alguém quiser mudar a lei, tem de passar pelo Congresso”, disse Eduardo Bolsonaro.
O Supremo deveria retomar nesta semana um julgamento sobre a descriminalização da maconha para uso pessoal, mas o processo foi retirado da pauta pelo presidente do STF, o ministro Dias Toffoli.
O ministro da Cidadania criticou inclusive a direção da Fiocruz alegando que ela faz pesquisa com “viés ideológico” para dizer que não há epidemia de consumo de drogas no País.
Questionado se o governo pensava em algum tipo de intervenção neste processo, o ministro disse que a Fiocruz é ligada ao Ministério da Saúde e que diretoria da instituição é eleita, “tem uma certa autonomia”. “Mas temos de dizer que nós não concordamos com o que ela está dizendo porque não concordamos com o que o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, que defendeu sempre a liberação da droga”.
Para Eduardo Bolsonaro e o ministro, cabe apenas ao Congresso Nacional legislar sobre a questão das drogas, e não ao Supremo Tribunal Federal. “Não estamos aqui para dizer que o Supremo está errado ou certo. Nós estamos aqui para dizer que esse problema é tão grave que são os representantes do povo, o Congresso Nacional é que tem decidir. O STF fica para discutir apenas alguma questão constitucional”, afirmou o ministro.
O deputado, por sua vez, depois de citar que alguns parlamentares se sentem até “seduzidos” a liberar a proibição do uso de drogas, “pressionados pelos fortes lobbies”, reiterou que o governo Bolsonaro “é contra tudo” a qualquer liberação de drogas. Citou ainda áudios que teriam circulado com integrantes do crime organizado criticando o governo Bolsonaro por estar combatendo o tráfico de drogas. “O crime organizado não tem conosco o diálogo cabuloso como tinha no governo do PT, como vimos em áudios”, acusou.
Para Eduardo, “as Farcs tentam implantar o comunismo e têm como fonte de financiamento a cocaína, fazem parte do foro de São Paulo, que é o grupo que faz parte do PT”. E emendou: “Eles pregam a demonização das igrejas, a destruição da família, o controle da internet e depois dizem que nós é que somos o perigo à democracia? Nós aqui não tocamos fogo em nenhum prédio, somos incapazes de quebrar uma janela, que estamos aqui, nesta manifestação, em família. Nós é que somos o perigo à democracia? Nós não podemos deixar eles ganharem essa narrativa”.
O ministro e o deputado anunciaram ainda que o governo vai passar de 11 mil para 20 mil vagas nas comunidades terapêuticas para atendimento aos que precisam de tratamento.
Fonte: Notícias ao Minuto