Inflação recua, mas prévia do PIB aponta retração no terceiro trimestre

O cenário econômico do Brasil apresentou novos indicadores nesta segunda-feira (17), revelando avanços importantes no controle da inflação, mas também desaceleração da atividade econômica.

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, a projeção do mercado para a inflação oficial (IPCA) em 2025 caiu de 4,55% para 4,46%, retornando ao intervalo da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (3% com margem de 1,5 p.p.). O resultado acompanha a forte desaceleração registrada em outubro, quando o IPCA teve alta de apenas 0,09%, o menor valor para o mês em quase 30 anos — influenciado principalmente pela redução na conta de luz.

Apesar da melhora, a inflação acumulada em 12 meses ainda está em 4,68%, levemente acima do teto da meta.

A taxa básica de juros, a Selic, permanece em 15% ao ano, nível que o Banco Central mantém diante da combinação de inflação ainda resistente e incerteza externa. O mercado prevê que a Selic continue nesse patamar até o fim de 2025, iniciando reduções somente a partir de 2026.

Em relação ao desempenho da economia, o cenário é menos favorável. O IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, registrou queda de 0,2% em setembro e de 0,9% no terceiro trimestre. Todos os setores recuaram no período: agropecuária (-4,5%), indústria (-1%) e serviços (-0,3%).

Ainda assim, o Boletim Focus mantém a projeção de crescimento do PIB em 2,16% para este ano. Para 2026, a estimativa é de avanço de 1,78%.

A combinação de inflação mais baixa e atividade enfraquecida indica um momento de transição na economia brasileira, em que o controle de preços avança, mas a desaceleração provocada pelos juros altos começa a ficar mais evidente.

Matheus Moreira/ News Cariri 


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