As rosas falam: Campanha da DDM incentiva mulheres a denunciar agressões em Juazeiro do Norte

Empurrão, tapas, xingamentos e ameaças. As relações abusivas no ambiente doméstico, onde, em alguns casos, as mulheres são dependentes financeiramente do companheiro, podem causar danos físicos e psicológicos que se perpetuam para o resto da vida. A violência contra a mulher merece atenção. Por isso, a Delegacia da Mulher (DDM) de Juazeiro do Norte tem a iniciativa de realizar, de forma permanente, a campanha “As Rosas Falam” – Não se cale diante da violência, as rosas falam. 

O projeto começou em março e tem como objetivo  conscientizar as mulheres vítimas de violência doméstica.  Para denunciar a violência sofrida, as vítimas devem procurar a DDM e demais órgãos de proteção que funcionam na Casa da Mulher Cearense, localizada na Avenida Padre Cícero, 4501, São José, em Juazeiro do Norte. 

A delegada Francisca Suerda Bezerra, titular da DDM de Juazeiro do Norte, explica a importância da denúncia para proteção da vítima. 

“A denúncia é importante, devido ser o primeiro passo para acabar com o ciclo da violência, sendo o primeiro passo para a mulher procurar a rede de acolhimento. Romper o silêncio é importante para a vítima e seus filhos. Ligar para o 180, ou 190, procurar a delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência (BO). Dessa forma, a vítima pode requerer medidas protetivas de urgência contra o agressor. Esse pedido será encaminhado ao Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da comarca do município onde se deu o fato”, explica. 

“Após o deferimento, o agressor é intimado da decisão judicial, para que esteja ciente que está proibido de se aproximar da vítima. Sendo consumado um limite de aproximação e é proibido de manter contato com a vítima por qualquer meio de comunicação. O BO é tombado em inquérito na delegacia, que dará início a investigação, dessa forma, culminará no indiciamento do investigado para a Justiça e para o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), sendo o suspeito indiciado, processado, julgado e condenado. Em situações de flagrante delito, o suspeito é preso e fica à disposição do Poder Judiciário”, completa a delegada. 

O Ceará possui dez unidades da DDM, responsáveis por investigar os tipos de crimes contra a mulher. As especializadas ficam em Fortaleza, Pacatuba, Caucaia, Maracanaú, Iguatu, Icó, Sobral, Quixadá, Crato e Juazeiro do Norte. Nas demais cidades do Estado que não possuem uma DDM, os casos são investigados pelas delegacias municipais e regionais.