Prefeitura entrega comenda aos Zeladores de Terreiro, dentro da Programação do Crato Sem Racismo

A Prefeitura do Crato, através da Secretaria de Direitos Humanos, realizou na manhã desta segunda-feira, 17, dentro da Programação do Crato Sem Racismo, no Novembro Negro, a entrega da Comenda Zeladores de Terreiro, num reconhecimento aos benfeitores das religiões de matriz africana. O evento aconteceu no auditório do Paço Municipal.

Na ocasião, foram agraciados nesta terceira edição da solenidade, os guardiões de terreiros Francimary Figueiredo (Mãe Meirinha), professor Thiago Florêncio e Iran de Lima (Tambozeiro). Nos últimos anos, a Prefeitura do Crato, o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), a Associação Ibilewá e Secretaria Municipal de Direitos Humanos, estiveram reunidos para realizar esse momento de homenagem, como forma de reafirmar a diversidade religiosa como patrimônio de todos.

O secretário interino de Direitos Humanos, Alex Sampaio, destacou a ação de promoção de políticas públicas, que deve representar não apenas um momento de valorização, mas um trabalho cotidiano com as populações de terreiro. “Importante o contato com essa sensibilidade e poética para a promoção das políticas públicas”, disse.

Para Yáskara Rodrigues, representante do Compir e dos povos de terreiros, o reconhecimento faz parte de um importante momento por contar com pessoas de axé, num espaço público que por muito tempo foi negado. “Agradecemos a abertura da gestão ao longo dos últimos anos”, ressaltou.

A coordenadora de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial do Crato, Lívia Nascimento, salientou a importância do movimento negro e os avanços obtidos, e todas as ações dentro de uma visão intersetorial, que englobe educação, saúde e cultura. “Estar aqui hoje é fortalecer essa iniciativa e abrir espaço para a sociedade democrática e a pluralidade de saberes que perpassam a nossa sociedade”, explica.

Os agraciados agradeceram a comenda. Segundo Mãe Meirinha, esse momento celebra a força da fé. “A umbanda é uma religião intrinsecamente brasileira, nascida neste solo e forjada com a força do sincretismo para a prática da caridade. Uma religião indígena e de muitos povos. Nós não só resistimos, mas vivemos”, disse ela. O professor Thiago Florêncio agradeceu a homenagem e ressaltou que os terreiros são espaços fundamentais de re-existência. Ele reconhece a abertura proporcionada pela gestão municipal. Iran Tambozeiro fez uma saudação final a Jesus e Oxalá ao som do tambor, trazendo a alegria e a ancestralidade.


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