A Justiça Federal condenou a fabricante de armas Taurus a indenizar em R$ 10 mil cada um dos seis voluntários que participaram, em maio de 2024, de uma operação durante a enchente histórica no Rio Grande do Sul que resgatou um estoque de armamentos no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Os voluntários afirmam ter sido induzidos a acreditar que fariam o resgate de crianças ilhadas — versão usada para convocá-los via áudios em grupos de WhatsApp.
A sentença, assinada pelo juiz Rodrigo Machado Coutinho, reconhece que houve violação da boa-fé objetiva no momento em que os civis se mobilizaram “sob falso pretexto”. A condenação é em primeira instância e ainda cabe recurso. Ao chegarem ao ponto de encontro em Canoas, os voluntários teriam descoberto que a missão verdadeira era retirar cerca de 3 mil armas pertencentes à Taurus, que estavam ilhadas no terminal de cargas do aeroporto.
Durante audiência, um dos voluntários relatou que, ao questionar a mudança de roteiro, foi informado: “Ou vocês vão com a gente, ou vão ficar aqui sob observação até o final da operação, porque agora vocês já sabem do que se trata.” Os autores afirmaram ter sofrido coação, mas o magistrado descartou essa tese, citando contradições como registros voluntários feitos por eles durante a ação.
A União, que era ré no processo, foi absolvida. O juiz entendeu que a Polícia Federal atuou dentro da legalidade ao garantir a segurança da operação em um cenário de calamidade pública e risco de facções criminosas.
Agência News Cariri









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