Obra de artista cratense Sérvulo Esmeraldo é demolida em Fortaleza por risco de desabamento

O Muro Cinético, criado em 1978 pelo artista cratense Sérvulo Esmeraldo, foi demolido no Centro Administrativo Bárbara de Alencar, em Fortaleza, após uma avaliação técnica apontar risco de desabamento. A estrutura, que originalmente cercava o antigo Banco do Estado do Ceará, era considerada um marco da integração entre arte e arquitetura no espaço público.

A substituição por um gradil metálico gerou forte reação da presidente do Instituto Sérvulo Esmeraldo, Dodora Guimarães, que classificou a destruição como uma perda irreparável para o patrimônio cultural do Estado.

Segundo Dodora, o Instituto havia solicitado ainda em 2023 o tombamento de 37 obras do artista distribuídas em cidades cearenses, incluindo Fortaleza e Crato, sua terra natal. O pedido, contudo, permanece sem resposta efetiva da Secretaria da Cultura do Ceará, o que, para especialistas, deixou as obras vulneráveis.

A Procuradoria Geral do Estado afirma que consultou a Secult antes da intervenção e que não havia registro de tombamento nem comprovação de que o muro, no estado em que estava, configurava obra de arte protegida.

A Secult informou que o processo de análise dos tombamentos está em andamento, mas não há previsão de curto prazo para formalizar a proteção das obras de Esmeraldo. O órgão destacou que a avaliação demanda profissionais especializados e segue uma série de etapas obrigatórias até a assinatura do decreto governamental. Enquanto isso, arquitetos e estudiosos lamentam a perda do Muro Cinético e reforçam que a ausência de fiscalização e de medidas protetivas antecipadas resultou em mais um capítulo de fragilidade na preservação da arte pública no Ceará.

Agência News Cariri 


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