Com o fim da quadra chuvosa de 2025, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) alerta para o aumento do risco de queimadas e incêndios florestais ao longo do segundo semestre.
Para subsidiar o planejamento e a prevenção desses eventos, a Funceme lança o Anuário de Focos de Calor 2024, que reúne análises sobre a distribuição dos focos no estado. O levantamento aponta que os 184 municípios cearenses registraram focos de calor no ano passado, o que é um sinal da ampla presença do problema em todo o território.
No segundo semestre, por exemplo, a combinação entre vegetação seca, altas temperaturas, baixa umidade e ventos intensos favorece a propagação do fogo, especialmente em regiões com histórico de ocorrências frequentes.
Segundo dados do satélite AQUA, utilizado como referência pela instituição cearense, foram 7.166 focos em 2024, número 5% maior que o de 2023 e o sétimo mais alto desde 1998. O aumento reforça uma tendência de crescimento iniciada em 2023, após mais de uma década de queda nos registros.
Monitoramento
As informações do anuário são fundamentais para orientar políticas públicas, ações de fiscalização e campanhas de educação ambiental. O documento também apoia instituições como Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, IBAMA/PREVFOGO e Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) no aprimoramento de planos de contingência.
A gerente de Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, destaca a relevância do levantamento para a atuação dos órgãos públicos:
“O anuário constitui um importante subsídio ao planejamento e tomada de decisões no combate às queimadas e incêndios florestais, visto que reúne análises detalhadas sobre a distribuição espacial e temporal dos focos de calor, identificando áreas com maior incidência, seja em municípios, bacias hidrográficas, rodovias e unidades de conservação. Assim, esse conhecimento permite que as ações sejam priorizadas para as áreas mais críticas”, explica.
A gerente também ressalta que o documento oferece uma avaliação de tendências ao longo dos anos, podendo indicar relações com aspectos de variabilidade e mudanças do clima.
Ao longo das últimas duas décadas, a Funceme tem se destacado dentro do programa estadual Previna, fortalecendo a integração entre monitoramento ambiental e ações preventivas.
“A Funceme tem como responsabilidade o monitoramento, por satélites meteorológicos, de focos de calor que podem representar potenciais queimadas ou incêndios florestais, além das condições meteorológicas à superfície que facilitam a ocorrência e propagação do fogo na vegetação. A Fundação também desenvolve produtos como mapas de risco baseados em modelos de previsão, que apoiam diretamente a atuação de brigadistas e do Corpo de Bombeiros”, acrescenta Meiry.
Além disso, boletins semanais e mensais, bem como o próprio anuário, têm sido ferramentas importantes para o planejamento de medidas de prevenção e mitigação desses eventos.
A publicação está disponível gratuitamente e pode ser acessada por gestores, pesquisadores e pela população em geral por meio da plataforma da Funceme: https://focoscalor.funceme.br.
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