O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (30) que o atual presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, é alguém “muito sério” e que “as coisas vão ser corrigidas com o passar do tempo”.
“Eu gostaria que todos os juros fossem zero, mas ainda não depende da nossa política econômica que não tem muito a ver com a taxação de juros”, afirmou durante evento do Palácio do Planalto.
“O Banco Central é independente, o Galípolo é um presidente muito sério, e eu tenho certeza de que as coisas vão ser corrigidas com o passar do tempo. Nós sabemos o que nós herdamos e nós não queremos ficar chorando o que nós herdamos”, prosseguiu.
Em meio a discussões atuais sobre IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e isenção da taxa de luz, o presidente destacou ainda ações voltadas à população de baixa renda, com o objetivo de promover autonomia econômica.
“Nós queremos que esse país se transforme em um país justo e ele começa a ser justo pela tributação. Um país justo e ele começa a ser justo pela tributação. Depois, continua a ser justo pela repartição. Por isso, estamos fazendo o IR até 5 mil de isenção. Por isso, que vamos fazer com que quem consome 80 KV não pague energia. E quem consome 120 KV pague menos”, afirmou.
“Ninguém quer que as pessoas vivam a vida inteira de Bolsa Família, ninguém quer. O que nós queremos é que a pessoa viva tranquilamente às custas de sua capacidade profissional e produtiva, e o papel do Estado é fazer com que essas pessoas tenham a oportunidade de chegar lá”, concluiu o presidente.
Crises no Congresso e debates econômicos
Na cerimônia de lançamento do Plano Safra, realizada nesta segunda-feira (30), Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentaram sobre os desafios econômicos enfrentados pelo governo.
Na semana passada, o Congresso Nacional derrubou a medida que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com isso, os decretos do governo federal perderam validade, e as regras anteriores foram restabelecidas.
Na ocasião, o presidente do BC, Gabriel Galípolo comentou que as “dores” do processo democrático são “bem-vindas” após a derrota do governo no Congresso e ressaltou a necessidade de aguardar os desdobramentos da crise para avaliar o impacto na inflação.
Lula também tem falado sobre a taxa de juros e a gestão do Banco Central em outras ocasiões. Durante o seu discurso nesta manhã, ele também abordou a taxa Selic e cobrou do ministro Haddad uma comunicação mais clara sobre o tema.
“Uma coisa Haddad que você precisa falar mais e nós precisamos falar mais, porque aqui falamos muito da na taxa de juros, todo mundo fala da taxa de juros, todo mundo fica olhando o aumento da Selic, que o mundo está uma desgraça por conta da taxa Selic”, finalizou.
Por João Rosa e Yasmin Silvestre, da CNN
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