O governo da Argentina prevê o envio, a partir da semana que vem, de militares para as fronteiras com Paraguai, Bolívia e Brasil. A definição dos locais em que as tropas serão posicionadas ocorrerá de acordo com as solicitações de apoio feitas pelo Ministério da Segurança do país.
A informação foi confirmada para a CNN pelo ministério da Defesa argentino. O objetivo da “Operação Roca”, como foi batizada, é reforçar a segurança das fronteiras terrestres, fluviais e aéreas.
De acordo com o governo de Javier Milei, os integrantes das Forças Armadas serão enviados para zonas rurais não habitadas da fronteira do norte e nordeste argentinos, longe das passagens fronteiriças oficiais, para auxiliar no combate à criminalidade e na proteção do território.
Mais de 10 mil militares do Exército argentino estão envolvidos na operação, com 1.300 deles deslocados para as fronteiras. Segundo o governo, serão utilizados drones, radares móveis, helicópteros, comunicações e um avião Diamond para as patrulhas e obtenção de informações.
De acordo com o ministro da Defesa da Argentina, Luis Petri, os militares poderão prender civis durante as operações.
“[Atuarão com] o equipamento, capacitação e as normas imprescindíveis para que possam, entre outras coisas, prender delinquentes, traficantes de drogas e terroristas, mas também poder repelir uma agressão quando assim sofrerem”, afirmou.
Em janeiro, a ministra da Segurança de Milei, Patricia Bullrich, afirmou que o país iria construir uma cerca de 200 metros na fronteira com a Bolívia e aumentar o controle no limite com o Brasil.
“Agora vamos ir para outros pontos, vamos para a fronteira de Misiones com o Brasil”, pontuou a ministra em entrevista à Rádio Mitre, referindo-se às cidades integradas dos dois países e citando especificamente Bernardo de Irigoyen, que faz divisa com Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR).
Na época, ela argumentou que em vários pontos da divisa entre Misiones e o Brasil é possível passar caminhando e que há “um problema muito sério” na região, inclusive com “assassinatos por pistoleiros”.
Fontes do Itamaraty falaram sob reserva à CNN que, pela informação disponível até o momento, a operação de envio de militares parece ser um movimento interno da Argentina, que não precisaria ser comunicado ao governo brasileiro, e ressaltaram que ambos os países têm “plena cooperação transfronteiriça”.
Fonte: CNN Brasil
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