Na ação, a Americanas diz ter constatado “a existência de elementos que resultam em dúvidas concretas e objetivas no que diz respeito à imparcialidade e neutralidade que deveria marcar a atuação de um perito judicial”
A Americanas apresentou à Justiça de São Paulo um pedido para que a empresa de inteligência Kroll seja considerada suspeita e, portanto, impedida de atuar como perita em uma ação na qual o Bradesco pede produção antecipada de provas contra a varejista.
Procurada pela CNN, “a Kroll refuta inteiramente o conteúdo das alegações e irá se manifestar em breve no processo”.
Na ação, a Americanas diz ter constatado “a existência de elementos que resultam em dúvidas concretas e objetivas no que diz respeito à imparcialidade e neutralidade que deveria marcar a atuação de um perito judicial”.
E elenca três elementos
1) “A existência de uma parceria concomitante da Kroll e advogados contratados pelo Bradesco em outra demanda de relevância similar. A esse respeito, foi veiculada uma notícia pelo portal “Isto é Dinheiro”, datada de 29.08.2023, com indicação de que a Kroll foi a consultora técnica escolhida pelo Warde Advogados, que atuam para o Bradesco na ação contra a Americanas, para auxiliá-los no âmbito de controvérsia judicial entre os fundadores da Kabum, o Itaú BBA e a Magazine Luiza.
Essa parceria concomitante, portanto, traz sérias dúvidas sobre a necessária imparcialidade da Kroll;
2) Notícia veiculada pelo jornal ‘O Globo’, no dia 03.09.2023, sobre contratação da Kroll por credores para atuar na recuperação judicial da Americanas, concomitantemente à sua atuação como perito na ação judicial proposta pelo Bradesco.
A Americanas solicitou esclarecimentos à Kroll sobre essa contratação, uma vez que também traz dúvidas sobre a sua necessária imparcialidade para exercer a função de perita judicial;
3) Tratamento parcial e não isonômico conferido pela Kroll ao representante do Bradesco, em reunião presencial realizada em 29.8.2023. Na reunião, o assistente-técnico do Bradesco assinalou que havia “combinado” previamente com o perito que faria perguntas diretamente aos colaboradores da Americanas, sem que nada tivesse sido exposto ou avisado anteriormente à Companhia.
Tal situação, previamente acordada com apenas uma das partes do processo, além de incomum, também se mostra ilegal, uma vez que o perito deve conferir tratamento igualitário às partes.
A CNN procurou a defesa do Bradesco, que ainda não se manifestou.
fonte:CNN
         








