Quem já teve covid-19 precisa repetir o teste, como faz Preta Gil?

Foto: Reprodução/ Instagram

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A cantora Preta Gil continua realizando testes do tipo RT-PCR, que serve para diagnosticar a infecção pelo novo coronavírus, mesmo depois de já ter sido infectada, em março. Nesta terça-feira (06), ela se submeteu ao exame pela décima vez.

“As pessoas me perguntam porque eu faço teste de covid se eu já tive covid. Porque não tenho certeza, prefiro ser precavida, ter zelo. Quando eu vou trabalhar, que tenho que encontrar pessoas, eu faço toda vez, eu e todo mundo que trabalha comigo”, afirmou em vídeo postado em uma rede social.

Alessandro dos Santos Farias, professor do Instituto de Biologia e Coordenador da Frente de Diagnóstico da Força-Tarefa de enfrentamento ao novo coronavírus da Unicamp, afirma que quem já foi infectado pelo vírus que causa a covid-19 deve fazer o teste de novo se tiver sintomas gripais.

“A gente já tem casos de reinfecção relatados no mundo e aqui e há outros em investigação. Então, a pessoa que já teve [covid-19] e está curada, precisa monitorar e, se tiver sintomas, é preciso testar”, orienta.

O primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus foi confirmado por cientistas da Universidade de Hong Kong em agosto. No Brasil, há apenas uma confirmação como esta: uma técnica de enfermagem de 24 anos foi infectada novamente no intervalo de 50 dias, segundo a Faculdade de Medicina  da USP de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Farias avalia que Preta Gil tem uma preocupação exagerada, mas sua repetição de testes não faz mal a ninguém e é compreensível em razão da insegurança gerada pela pandemia. “Se ela está pagando, com o dinheiro dela, é uma atitude de precaução extrema, mas tudo bem”, analisa.

“A gente não começou a considerar o quanto esse novo normal vai afetar a saúde mental das pessoas. Em termos de segurança, o psicológico delas também fica abalado com tudo isso: isolamento, perda de familiares. É melhor ser supercauteloso do que não ter cautela”, acrescenta.

O especialista destaca que, em relação aos que já foram infectados, seria ideal testar regularmente quem trabalha em serviços essenciais, como profissionais de saúde e entregadores de aplicativos.

“Valeria a pena como política pública, para tentar entender se existe a possibilidade de uma onda de reinfecção e qual seria a dimensão disso na nossa população”, pondera.

Já aqueles que não foram infectados pelo vírus deveriam fazer o teste de diagnóstico regularmente, segundo Farias. “É importante, principalmente se voltar ao trabalho presencial, para evitar surtos”, destaca.

Ele usa como exemplo a própria Unicamp, onde profissionais que estão voltando às atividades presenciais estão fazendo o teste RT-PCR antes de obterem autorização para retornar e continuarão realizando o exame a cada 15 dias.

O professor enfatiza que as medidas de prevenção ao contágio devem ser mantidas em qualquer circunstância: “Usar a máscara, lavar as mãos e evitar aglomeração”, recomenda.

Fonte: R7

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