Nesta sexta-feira (25), às 16 horas, o professor Raúl Cruz, cientista chefe de Pesca e Aquicultura da Funcap, vai apresentar os resultados preliminares da pesquisa que está sendo realizada por sua equipe com populações de lagosta no litoral cearense. Os dados do estudo evidenciam os benefícios do período de defeso (pausa na pesca) de seis meses, a cada ano, para a produção da lagosta, um dos itens que compõem a pauta de exportações do Ceará.
O evento online poderá ser acompanhado pela página da Funcap no Youtube e contará com a presença do secretário Inácio Arruda, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), do diretor de inovação da Funcap, Jorge Soares, do professor Sílvio Carlos Ribeiro, secretário executivo do agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), e de Paulo de Tarso Gonçalves, diretor comercial da Compex Indústria e Comércio de Pesca e Exportação.
De acordo com Raul, considerando os números de cada ano a partir de 2012, quando o defeso passou a vigorar no Estado, com anos anteriores, em que a pesca era realizada durante todos os meses, foi detectado que, em 2019, 90% da produção veio de exemplares capturados com idades de dois, três, quatro, cinco e seis anos que nasceram durante os períodos de defeso, o que mostra a sua importância para a atividade.
Além disso, a pesquisa observou que os níveis de biomassa (conjunto de fatores orgânicos necessários para o desenvolvimento natural da lagosta em seu ecossistema), apesar de ainda estarem baixos, vêm apresentando recuperação desde a implantação do defeso. O percentual médio registrado foi de 29% entre 2012 e 2018. “Entre 1990 e 2011 os níveis de biomassa estavam em aproximadamente 13%, por causa da sobrepesca. As consequências dessa recuperação são muito boas para a atividade”, afirma Raul.
De acordo com a equipe do cientista chefe, o defeso também trouxe crescimento, em toneladas, da produção de lagosta e tem potencial para aumentar o valor agregado do produto nas exportações, porque está contribuindo para a captura de exemplares com tamanho médio maior. Segundo Raul, isso vai possibilitar aumentar os rendimentos das empresas de pesca mesmo com um menor número absoluto de lagostas comercializadas.
O programa Cientista Chefe, criado na atual gestão da Funcap, tem como objetivo unir o meio acadêmico e a gestão pública. Através dele, equipes de pesquisadores estão trabalhando nas secretarias e órgãos mais estratégicos do Governo do Estado para identificar soluções de ciência, tecnologia e inovação que podem ser implantadas para melhorar os serviços e, desta forma, dar mais qualidade de vida para a população. O trabalho do cientista-chefe de Pesca e Aquicultura é feito em conjunto com a Sedet.
Serviço
Apresentação de resultados do Cientista Chefe de Pesca e Aquicultura
Data: Sexta-feira (25)
Horário: 16 horas
Link de acesso: www.youtube.com/channel/UCIN1YuqLQeHzCF0GnKITnUQ