Não é só uma questão de nome. É paixão e identificação. O Giorgian por trás do ídolo que os cariocas transformaram em Arrasca. Apelido que pegou até no Uruguai e ajuda a entender o sucesso com a camisa do Flamengo do menino que cresceu entre bolas e cavalos. Não à toa, foi batizado em homenagem àquele que mais deu alegrias ao pai no turfe.
O sorriso fácil que acompanha os gritos de “Arraxxxca” com sotaque puxado do Rio De Janeiro supera a timidez do meia que trocou o medo de ser jóquei pelo talento no futebol. Sábado, em Lima, o camisa 14 tem o maior desafio da carreira: vencer o River Plate e erguer a Libertadores, dando sequência ao legado do nome mais vitorioso da família De Arrascaeta: Giorgian.
O sonho de seguir os passos do pai ficou pelo caminho. Uma fratura de braço de Alfredo fez com que o pequeno Giorgian optasse por um esporte menos “perigoso”. A paixão por cavalos, no entanto, segue intacta para o dono de Scalado, Kemey, Yesse Yoeee (todos de corrida) e… um novo Giorgian:
– Quando criança, tinha duas paixões, mas inclinei mais para o futebol. Tinha mais talento. E também caí muito de cavalo, via meu pai caindo. Isso me levou para o lado do futebol (risos), onde desde novinho sempre fui muito bem. Me criei neste meio, é uma paixão muito linda. Se cria uma amizade com o cavalo que gera muito carinho. Hoje, tenho meus cavalos, que o meu pai cuida.
No Brasil, as comemorações de gols “galopando” servem como homenagem para tropa que fica sob os cuidados de Alfredo em Nuevo Berlin. A cidadezinha a 315km de Montevidéu virou uma espécie de embaixada rubro-negra no Uruguai e promete parar no sábado e torcer para, enfim, um cidadão ilustre ganhar a Libertadores.
O impacto do Flamengo, por sua vez, vai além dos 2.500 conterrâneos de Arrascaeta no Uruguai. Quando veste a camisa da Celeste, o meia também ouve elogios:
– O pessoal da Seleção sempre fala para mim: “O Mengão está vindo forte, hein?”. Eles sabem que estamos conquistando coisas importantes, mas temos que coroar com os títulos.