Juiz denuncia aumento da violência na Comarca por falta de atuação da Polícia Civil

O magistrado revela que na cidade de Monsenhor Tabosa o tráfico de armas e de drogas avança. A falta de delegado e equipe impedem a realização de investigações

A falta de delegados e equipes na Polícia Civil do Ceará tem provocado o aumento da violência em todo o estado, já que inquéritos não são instaurados para a apuração de crimes, ou quando são, não têm a resolução devida por falta de investigação. Em cidades do Interior a situação é grave, com dezenas de delegacias sem funcionar. Em ofício encaminhado à chefia da instituição, um juiz de Direito denunciou o aumento da criminalidade em sua Comarca e atribuiu o fato à falta de efetivo da Polícia Civil para realizar investigações.

“É notório o problema da falta de efetivo da Polícia Civil no Estado do Ceará, mas esta cidade está abandonada pela Polícia Judiciária alencarina. Não dispomos de Delegado de Polícia, tampouco de escrivão, havendo somente um único inspetor de Polícia Civil, que nada ode fazer, pois além de estar sozinho, não dispõe nem mesmo de uma viatura para cumprir simples diligências”.

A denúncia é do juiz de Direito, Mikhail de Andrade Torres, juiz substituto da Comarca de Monsenhor Tabosa (a 300Km de Fortaleza), em um ofício encaminhado, recentemente, ao delegado-geral da Polícia Civil, Everardo Lima. No documento, o magistrado relata a precariedade da segurança no Município. “Há notícias de diversos pontos de venda de drogas e armas espalhados pela cidade e nada se pode fazer, pois não há efetivo policial civil para proceder as devidas investigações”.

Fórum invadido

O juiz vai mais além ao citar que, “a situação que se encontram esta cidade e comarca beira o caos, ao ponto de no dia 9 de fevereiro, bandidos terem invadido este Fórum e terem furtado uma motocicleta que estava aprendida no estacionamento interno do prédio. Nem mesmo um Boletim de Ocorrência pôde ser lavrado por falta de efetivo policial no momento da ocorrência”.

E mais: “A única equipe de policiais militares de serviço na cidade tem que se deslocar, no mínimo, até a cidade de Tamboril para lavrar um simples Termo Circunstanciado de Ocorrência, sendo que já houve episódios da PM ter que se deslocar até a cidade de Canindé, a cerca de 180 quilômetros, para realizar o referido procedimento, deixando a cidade (Monsenhor Tabosa) literalmente sem nenhum policial (civil e militar) o dia todo”.

E completa: “não é à toa que a criminalidade vem tomando conta de deste Município, onde nem mais o Fórum da cidade está em segurança”.

Por Fernando Ribeiro

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