Operação Além-Mar, da Polícia Federal, cumpre 139 mandados de busca e apreensão e outros 50 de prisão preventiva em 13 estados.
A Justiça Federal em Pernambuco determinou, nesta terça-feira (18), o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis urbanos e rurais ligados aos investigados por uma operação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas. Também foi ordenado o bloqueio judicial do valor de R$100 milhões.
Operação Além-Mar cumpre 139 mandados de busca e apreensão e outros 50 de prisão, sendo 20 preventivas e outras 30 temporárias, em 12 estados e no Distrito Federal. A PF apontou que, mesmo diante da pandemia de Covid-19, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendidos entre os meses de março e julho mais de 1,5 tonelada de cocaína.
A PF investiga quatro organizações criminosas que atuavam para exportar toneladas de drogas para a Europa via portos brasileiros, especialmente através Porto de Natal.
Uma delas era sediada na cidade de São Paulo e é acusada de trazer cocaína para o Brasil através da fronteira com o Paraguai, levando por transporte aéreo até o estado. Outra, que atuava a partir de Campinas, recebia a droga internalizada no território nacional para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa.
A terceira quadrilha, segundo a Polícia Federal, era estabelecida no Recife e formada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão. Esse grupo criminoso era responsável pela logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos contêineres.
A quarta organização criminosa, estabelecida na região do Braz, na cidade de São Paulo, era uma espécie de banco paralelo, segundo a PF. A investigação aponta que ela disponibilizava uma rede de contas bancárias titularizadas por empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”, para movimentação de recursos de origem ilícita.
O esquema
As investigações começaram em 2018 com informações repassadas pela National Crime Agency (NCA), do Reino Unido. A Polícia Federal explicou que, através de prisões em flagrante e apreensões de drogas ao longo das investigações, pode constatar que as ações criminosas eram divididas em três fases.
A primeira, que era a “internação”, era quando a cocaína entrava pela fronteira com o Paraguai e era armazenada no interior de São Paulo. Depois, vinha o “transporte interno”, quando o entorpecente seguia para as regiões de embarque marítimo e armazenamento em galpões. Por último, o transporte internacional, momento em que a droga era embarcada em navios de carga ou veleiros.
Durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. Dentre esses presos estava um traficante que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e NCA, do Reino Unido. Essa prisão ocorreu em 2019.
Fonte: G1