Empresário iraniano é condenado mais uma vez por sonegação

Detido em um presídio federal, o iraniano Farhad Marvizi, chamado popularmente de ´Tony´, foi condenado mais uma vez pela Justiça Federal do Ceará pelo crime de descaminho, que se refere à sonegação de impostos cobrados pela circulação de mercadorias. A sentença foi expedida pelo juiz federal titular da 32ª Vara Criminal, Francisco Luís Rios Alves, no dia 16 de janeiro deste ano, mas foi publicada apenas no último dia 3 de fevereiro, no Diário da Justiça Federal. O estrangeiro já havia sido condenado por tentativa de homicídio a um auditor fiscal e por outro processo de descaminho e ainda responde, na Justiça, pelos crimes de homicídio e estelionato.

Marvizi, empresário do ramo de eletrônicos, é proprietário da empresa F. K. Comércio de Eletrônicos LTDA., situada em Fortaleza, que teve produtos apreendidos pela Secretaria da Receita Federal na ´Operação Compra Legal´, no dia 21 de dezembro de 2009. As mercadorias, estrangeiras, entraram no País sem o pagamento dos tributos devidos e estavam sendo comercializadas ilegalmente pelo iraniano.

Em depoimento à Justiça, Marvizi afirmou que todas as mercadorias tinham notas fiscais, as quais depois descobriu que eram falsas, e que comprava os produtos em São Paulo e em Fortaleza, mas não lembrava quais foram as lojas vendedoras. E culpou o seu contador por ter sumido com as notas fiscais.

Cumprindo penas de 20 anos e de 11 anos de prisão, ambas em regime fechado, o empresário estrangeiro foi sentenciado, desta vez, a uma pena mais branda. O juiz federal condenou Marvizi a um ano de privação de liberdade, mas substituiu a pena pela restrição de direito, que consiste na prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas ou no pagamento de cinco salários mínimos à vítima, que, no caso, é a União.

Histórico

Farhad Marvizi foi condenado a 20 anos de prisão, em outubro de 2012, por ordenar o atentado ao auditor da Receita Federal José de Jesus Ferreira, no dia 9 de dezembro de 2008. O servidor público, que sofreu vários disparos de arma de fogo, sobreviveu à investida criminosa, mas ficou tetraplégico durante seis meses. Após esse período, ele se recuperou e voltou a trabalhar. Farhad Marvizi foi motivado pela investigação que o auditor iniciava contra ele e que posteriomente exporia o esquema de contrabando e descaminho posto em prática pelo estrangeiro.

Dois atentados que terminaram em três mortes também são atribuídos às ordens do iraniano. O casal Carlos José Medeiros Magalhães e Maria Elizabeth Almeida Bezerra estava colaborando com a investigação da Receita Federal contra o estrangeiro e foi assassinado em agosto de 2010. E o empresário Francisco Francélio Holanda Filho, que além de colaborar com a Polícia Federal, era concorrente de Marvizi no ramo de eletrônicos em Fortaleza e foi executado em julho de 2010. Os dois processos ainda tramitam na Justiça.

O iraniano já foi condenado também a 11 anos, por uma sentença proferida também pelo titular da 32ª Vara Federal Criminal, Francisco Luís Rios Alves, no dia 14 de dezembro de 2015. Para a Justiça Federal, o empresário cometeu os crimes de descaminho, corrupção ativa, formação de quadrilha e falsidade ideológica ao ter montado um esquema criminoso de contrabando de produtos estrangeiros, sem o pagamento dos impostos, constituindo empresas, adquirido imóveis e abrindo contas bancárias em nome de terceiros.

Fonte: Diário do Nordeste