Casamentos homoafetivos disparam no Ceará em 2021

Foto: Reprodução/Fábio Meireles

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Os números de casamentos homoafetivos registrados no Ceará mais do que dobraram entre janeiro e setembro de 2021, em comparação com igual período do ano passado. Nos nove primeiros meses de 2020, foram contabilizadas 143 celebrações amorosas entre integrantes da comunidade LGBT; enquanto, em 2021, já foram 309.

Os dados são da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen) e mostram que houve aumento de formalização dos relacionamentos homoafetivos em meio à segunda onda da pandemia de Covid-19. Em 2020, os números reduziram, especialmente nos meses onde houve os maiores índices de casos e óbitos pela doença, o que não se refletiu em 2021.

Desses mais de 300 casamentos, um firmou a relação entre o professor Thiago Mena, de 36 anos, e o médico André Teixeira, de 35. Eles resolveram oficializar o amor que começou em 2015, mesmo após cinco adiamentos em decorrência da pandemia.

A princípio, o casamento estava marcado para 19 de setembro do ano passado, mas, depois de diversos obstáculos ocorridos em função dos decretos estaduais, a celebração foi realizada exatamente um ano depois.

Família e amigos se reuniram para festejar não só a vida, mas a saúde e o carinho compartilhados entre os dois.

Thiago e André se conheceram a partir de um amigo. Eles estavam em um bar, no Bairro Aldeota, quando o médico perguntou sobre quem era o tal professor. O casal não imaginava que aquele amigo faria o papel de cupido e se transformaria, lá na frente, em um dos padrinhos do casamento.

A ideia de formalizar a relação foi ficando mais forte com o tempo, uma vez que, para eles, além da confirmação de que o amor recíproco existe, o casamento também viria a ser “uma garantia de direitos”.

“É uma grande conquista nossa. Algumas pessoas até colocam: ‘ah, mas qual a diferença, vocês já moram juntos’. É uma garantia de direitos, uma segurança que você tem. O casamento civil representa tudo isto. Significa que eu não preciso mentir pras pessoas que convivo, inventar uma história que eu vivo uma vida que não é minha, é poder ser quem eu sou”, detalha Thiago.
Na lembranças daquele momento único, é possível ouvir os olhos de Thiago brilhando ao rever, na mente, a cena em que seus avós entram com as alianças para ele e o marido. “Foi muito emblemático. Um casal com mais de 80 anos entrando num casamento LGBT e entregando as alianças. Foi uma emoção muito grande”, diz.

Fonte: G1 CE

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