Dois anos após um incêndio destruir a capela dedicada a São Francisco de Assis, no distrito de Naraniú, na zona rural de Várzea Alegre, na região Centro-Sul do Ceará, o templo religioso foi reformado após católicos da cidade se mobilizarem e arrecadarem fundos para viabilizar a reconstrução. Agora, moradores celebram com fé e entusiasmo o novenário em honra do padroeiro da comunidade.
“Ficou tudo destruído e foi um dia de tristeza para todos nós da comunidade, que ficou apavorada”. O relato é da moradora, Socorro Sampaio, uma das coordenadoras do movimento religioso católico local. “A nossa fé, a união de todos, fez com que conseguíssemos reconstruir a casa de Deus e, agora com a liberação, estamos reunidos celebrando e agradecendo a Jesus e a São Francisco”.
A capela foi destruída pelo fogo na tarde de 24 de agosto de 2019. Segundo moradores, o incêndio começou por volta das 15 horas, a partir de um curto-circuito na instalação elétrica.
Teto, bancos, móveis e imagens sacras foram destruídos pelo fogo. Não havia ninguém no templo religioso quando o incêndio começou, mas Socorro Sampaio relembra: “Naquele dia estive lá, arrumando, limpando, e um tive um sentimento ruim, algo que me pedia para sair da capela”.
A história do incêndio, a luta dos moradores e de filhos ausentes da localidade se revestiu de um aspecto ainda mais comovente a partir de um problema de saúde grave que se abateu sobre Socorro, que precisou ser operada com urgência para a retirada de um meningioma, um tumor cerebral.
“Passei oito dias em coma e intubada, na UTI, mas recebi uma nova vida para servir a Deus”, disse. Agora, a religiosa está participando das novenas e se recupera com tratamento de fisioterapia motora. “Já consigo ficar em pé para rezar e agradecer a Deus”.
TEMPLO MAIOR
A reconstrução resultou em um templo mais alto e maior. “Só está faltando a sacristia, mas vamos continuar pedindo doações e construir o espaço sagrado”, afirmou Socorro Sampaio.
A festa religiosa dedicada a são Francisco vai ser encerrada no próximo dia 4. Neste ano, o evento é mais extenso com uma programação de novenas que começou no último dia 11.
“Este ano a gente não sabia nem como ia se dar o novenário, depois da tragédia que destruiu nossa capelinha, mas veio o apoio dos moradores, do monsenhor Mota [pároco em Várzea Alegre], dos filhos que moram em outras cidades e reerguer a nossa querida igrejinha”, disse a dona de casa, Francisca Alves.
Fonte: Diário do Nordeste