Com a gestão federal bombardeada por denúncias de irregularidades, envolvendo, principalmente, as compras de vacinas contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu nesta segunda-feira, 27, que a corrupção não foi eliminada no seu governo. Durante evento da Caixa Econômica Federal, o chefe do Executivo disse que a corrupção “diminuiu muito” desde que tomou posse.
“Quando se fala em mil dias sem corrupção… Eliminou-se a corrupção? Obviamente que não. Podem acontecer problemas em alguns ministérios? Podem, mas não será da vontade nossa”, disse Bolsonaro. Ele continuou: “Nós vamos buscar maneiras de, obviamente, apurar o caso e tomar providências cabíveis com outros Poderes sobre aquele possível ato irregular. Mas diminuiu muito a corrupção no Brasil, muito”.
Segundo o presidente, “as pressões no passado eram enormes”. “Hoje existem pressões? Existem, mas bem menores”, acrescentou, dizendo, ainda, em tom positivo, que há hoje um ministério “cada vez mais casando com o Legislativo”.
A manifestação contraria o discurso do mandatário na 76ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, na última terça-feira, 21. Na ocasião, o chefe do Executivo chegou a dizer que o Brasil estava há dois anos e oito meses “sem qualquer caso concreto de corrupção”.
O presidente realizada nesta semana uma “agenda positiva” para tentar reconquistar sua popularidade e viabilizar sua candidatura à reeleição em 2022. “Estamos acompanhando já os debates antecipados para 2022. Eu sou o melhor? Não. Aqui mesmo, tem dezenas de pessoas melhores do que eu, mas quis o destino que caísse o governo, a Presidência ficasse comigo, superando a facada. Uma eleição completamente atípica”, acrescentou.
A partir da terça-feira, 28, até o dia 1º de outubro, sexta-feira, Bolsonaro deve realizar visitas ao Nordeste, Norte, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. As duas últimas regiões serão visitadas no mesmo dia pelo presidente, na sexta.
Fonte: O POVO