FGV: alimentação, transporte e lazer puxam inflação da baixa renda

Preços de produtos e serviços para quem ganha até 2,5 salários mínimos (R$ 2.612,50) subiram mais em 2020 do que para a população em geral

A inflação da baixa renda, medida pelo IPC-C1 (Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1), ganhou ritmo em novembro e chegou a 0,95%, acima dos 0,71% registrados em outubro,    informou a FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta sexta-feira (4).

O IPC-C1 mede a variação da cesta de compras para famílias brasileiras com renda até 2,5 salários mínimos (R$ 2.612,50, conforme a remuneração básica atual).

Com o resultado, índice acumula alta de 4,85% em 2020 e de 5,82% nos últimos 12 meses. Já a inflação oficial, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acumulou de 3,13% só em 2020 e está em 4,22% nos últimos 12 meses.

Ou seja, isso significa que os preços de produtos e serviços para quem ganha até R$ 2.612,50 subiram mais em 2020 do que para a população geral. O IPCA mede os preços para famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos.

Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira (4), seis das oito classes de despesas que compõem o indicador registraram aumento:

– Alimentação: de 2,08% para 2,18%;
– Educação, Leitura e Recreação: de 1,33% para 2,56%;
– Transportes: de 0,29% para 0,90%;
– Habitação: de 0,28% para 0,39%;
– Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,05% para 0,23%;
– Despesas Diversas: de -0,01% para 0,11%.

O que mais pesou no bolso

Entre os itens que mais influenciaram no bolso da população de baixa renda, destaque para a batata inglesa, que ficou 32,34% mais cara em novembro, a passagem aérea, que também ganhou ritmo e chegou a 27,16%, e o tomate, que bateu 18,81%.

Vale destacar também a gasolina (2,36%) e o arroz, que subiu em ritmo menor (de 12,75% em outubro para 5,79% em novembro), mas continua com forte influência.

Por outro lado, os grupos Vestuário (0,24% para -0,04%) e Comunicação (0,14% para 0,12%) apresentaram recuo. Nestas classes de despesa, vale citar os itens: roupas (0,20% para -0,02%) e tarifa de telefone residencial (1,65% para 0,29%).

Fonte: R7