Secretários e ministros têm 18 dias para deixar cargos; saiba quem deve participar destas eleições

Igor Cavalcante

Com João Dória (PSDB) vencendo as prévias da legenda e se consolidando como o nome mais forte dos tucanos ao Governo do Estado de São Paulo, o prefeito paulista deve renunciar ao cargo que ocupa atualmente no Executivo até 7 de abril. A tendência é que, até lá, o companheiro de sigla e pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) também faça o mesmo, e deixe o Palácio dos Bandeirantes. Contudo, os psdbistas não serão os únicos.

A 18 dias para o fim do prazo de desincompatibilização eleitoral, a disputa nas urnas em outubro começa a ganhar traços mais concretos. Seja na esfera federal, estadual ou municipal, parlamentares e chefes do executivo se movimentam para estarem aptos às eleições. Enquanto isso, governantes precisam tapar os buracos deixados na equipe de governo e tentam dar algum ritmo à gestão na reta final do mandato.

Conforme as regras do direito eleitoral, cada cargo eletivo prevê prazos próprios a serem cumpridos, variando de três a seis meses exigidos de afastamento, que pode ser definitivo ou temporário.

No geral, secretários e ministros precisam ficar seis meses fora da gestão para concorrer aos cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e estadual. Já parlamentares não precisam se licenciar para novas disputas ao mesmo cargo. A mesma regra é aplicada a presidentes e governadores em busca da reeleição. No entanto, se a pretensão é ocupar outro cargo, o afastamento por seis meses é obrigatório. É o caso da dupla paulista.

De saída

No Ceará, as principais mudanças no quadro governamental irão ocorrer com a saída de secretários. Ao menos seis aliados do prefeito Roberto Cláudio (PDT) devem sair em busca de vaga no parlamento. No Estado, o governador Camilo Santana (PT) também deve sofrer o mesmo número de baixas. O próprio petista irá em busca de reeleição. Contudo, pelas normas eleitorais, não precisará se afastar do Palácio Iracema.

Enquanto na política regional os futuros candidatos estão deixando para anunciar a saída do governo no prazo final, a mudança na administração federal já começou. Nos últimos meses, o presidente Michel Temer (MDB) viu cinco ministros deixarem pastas. No Trabalho e nas Cidades, Ronaldo Nogueira (PTB) e Bruno Araújo (PSDB) cederam seus lugares. Saíram ainda Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), Ronaldo Nogueira (Trabalho) e Marcos Pereira (Indústria e Comércio).

Pré-candidatos na gestão RC
Evaldo Lima (PC do B), secretário da Cultura. Deve se candidatar à vaga na Assembleia Legislativa

Mosiah Torgan (DEM), secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho. Vai tentar se eleger deputado estadual

Queiroz Filho (PDT), chefe de Gabinete. É um dos nomes cotados para uma vaga a deputado estadual

José Albuquerque (PP), secretário da Regional VI. Deve se candidatar a deputado federal

Antônio Henrique (PDT), secretário da Regional III. Analisa a candidatura à AL

Alexandre Pereira (PPS), secretário do Turismo. Deve tentar vaga ao legislativo federal ou estadual

Pré-candidatos na gestão Camilo

Dedé Teixeira (PT), secretário do Desenvolvimento Agrário. Deve tentar se reeleger como deputado estadual

Mauro Filho (PDT), secretário da Fazenda. Vai tentar vaga na Câmara dos Deputados

Jesualdo Farias (PPS), secretário das Cidades. Vai tentar vaga de deputado federal

Nicolle Barbosa (PSC), presidente da Agência do Desenvolvimento do Ceará (Adece). Vai buscar vaga como deputado federal

Josbertini Clementino (PDT), secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social. Vai tentar se eleger deputado estadual

Fernando Santana (PT), chefe de gabinete adjunto do governador. Deve tentar se
eleger deputado estadual

Pré-candidatos na gestão Temer

Henrique Meirelles (PSD), ministro da Fazenda. É cogitado na disputa à Presidência

Aloysio Nunes, das Relações Exteriores. Cotado para disputar vaga de presidente

Marx Beltrão (MDB), do Turismo. Irá tentar vaga no Senado

Blairo Maggi (PP), da Agricultura, candidato à reeleição no Senado

Sarney Filho (PV), do Meio Ambiente. Pode disputar vaga no Senado

Leonardo Picciani (MDB), do Esporte. Deve tentar vaga ao Senado

Maurício Quintella Lessa (PR), dos Transportes. Deve se candidatar ao Senado

Mendonça Filho, da Educação. Confirmou que irá se candidatar, mas não anunciou o cargo

Ricardo Barros (PP), ministro da Saúde. Deve disputar reeleição ao parlamento federal

Fernando Coelho Filho (sem partido), de Minas e Energia. Tentará reeleição a deputado

Gilberto Kassab (PSD), ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Cogitado na disputa ao Governo de São Paulo