A escolha foi movida pelas parcerias sólidas do MEC com as entidades da região
No último final de semana, o Cariri recebeu a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), para receber, oficialmente, a implementação do projeto político-pedagógico Afrobarroco. A iniciativa, que é um programa-piloto, está dentro da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ), criada em 2024 pelo Ministro da Educação, Camilo Santana.
Por que o Cariri?
A secretária da SECADI, Zara Figueiredo, que esteve presente na programação de lançamento do projeto Afrobarroco, explicou que a escolha do Cariri para receber o piloto do programa aconteceu a partir de uma agenda que o MEC cumpriu na região em 2024. “Quando estivemos aqui, fomos convidados a pensar em como lidar ou enfrentar a desigualdade no Cariri, voltando este olhar para a população quilombola e indígena. Estes grupos nos fizeram esta provocação e, como já estávamos maturando este programa [Afrobarroco] dentro do Ministério, entendemos que o Cariri seria um bom lugar para começar, de fato. Além disso, aqui já temos parcerias com a Universidade Federal do Cariri, com os Institutos Federais, com o Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC), e com o território. Não dá para fazer política de educação para as relações étnico-raciais sem conversar com o território”, destaca.
De acordo com a secretária, é importante que este projeto esteja sendo implementado ainda no final de 2025. “Começando agora, vamos ter um desenho de implementação pronto para o próximo período, o próximo ano letivo. Assim, já podemos efetivamente começar os trabalhos na interação com as instituições de ensino e com o território representado aqui pelo GRUNEC e Terreiro das Pretas”, explica.
Grupos de Estudo: estratégias para o enfrentamento de desafios no Sistema Educacional
Os Grupos de Trabalho foram realizados como ação subsequente ao lançamento do Projeto Afrobarroco, com o objetivo de apresentar estratégias e soluções para desafios do campo educacional, como o analfabetismo, a educação quilombola e climática, além das questões que atravessam a infância de crianças negras. “Cada um desses GTs está pensando, debatendo e apresentando propostas de implementação para esses eixos”, explica Zara Figueiredo.
Os desenhos de implementação apontam soluções práticas que podem ser incorporadas à educação no Cariri. Ao tratar do eixo do alfabetismo, por exemplo, a secretária destaca: “a educação, sobretudo a de adultos, precisa ir até o indivíduo, e não o contrário”. Nesse sentido, ela aponta a educação popular como uma das ferramentas possíveis para fortalecer a alfabetização de adultos e idosos.
SECADI: o desmembramento e o processo de retomada
As ações são realizadas pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI), vinculada ao Ministério da Educação (MEC). O órgão foi extinto durante a reforma administrativa de 2019 e retomou suas atividades apenas em 2023. Com a reativação, Zara Figueiredo assumiu o cargo de secretária.
A SECADI tem como objetivo contribuir para uma educação inclusiva em todo o país, valorizando a diversidade e promovendo caminhos para a superação das desigualdades educacionais. Desde seu retorno, a Secretaria vem desenvolvendo importantes iniciativas, entre elas a Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ); o Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos (Pacto EJA); e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI).










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