A Justiça Eleitoral decidiu, nesta quinta-feira (28), cassar os mandatos do prefeito de Campos Sales, Moésio Loiola (PSB), e do vice-prefeito Solano Feitosa (PSB), por abuso de poder econômico e compra de votos durante as eleições municipais de 2024. A sentença, emitida pela 38ª Zona Eleitoral, acolhe a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo Ministério Público Eleitoral, que apontou um esquema de distribuição de dinheiro, cestas básicas e favores empresariais em benefício direto da chapa eleita.
A decisão judicial confirma que dois empresários do setor atacadista, aliados ao grupo político do prefeito, atuaram de forma ativa na compra de votos. Eles foram presos em flagrante na madrugada do dia da eleição portando grande quantia em dinheiro e material de campanha dos candidatos.
Segundo as investigações, os empresários mantinham contato direto com articuladores da campanha e utilizaram suas empresas para facilitar as práticas ilícitas, influenciando eleitores por meio de benefícios materiais.
A sentença também leva em conta elementos levantados pela Polícia Federal em 2024, que identificou mensagens nos celulares dos empresários mencionando o nome de Moésio e confirmando gastos elevados destinados a influenciar o pleito. O relatório da PF indicou que a estrutura usada para compra de votos operou de forma estável e organizada, configurando abuso de poder econômico com impacto direto no resultado eleitoral. A Justiça entendeu que, mesmo sem participação direta registrada, os gestores foram beneficiados pelas condutas, o que caracteriza responsabilidade indireta.
Com a cassação, Moésio Loiola e Solano Feitosa ficam inelegíveis pelos próximos oito anos e devem deixar os cargos assim que a decisão for comunicada oficialmente ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE). A Justiça ainda determinou novas eleições no município, já que a chapa cassada obteve mais de 50% dos votos válidos.
Agência News Cariri









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