Uma descoberta inusitada em Santana do Cariri (CE) acaba de entrar para a história da paleontologia mundial: uma nova espécie de pterossauro animal considerado “primo” dos dinossauros foi identificada a partir de um vômito fossilizado. O material, coletado há cerca de 40 anos na Chapada do Araripe e armazenado em museus do Nordeste, revelou restos de dois indivíduos da espécie agora batizada de Bakiribu waridza.
A identificação foi feita por pesquisadores da UFRN em parceria com especialistas da URCA e da USP. O fóssil, inicialmente classificado apenas como regurgito contendo peixes, guardava também minúsculos ossos do pterossauro. Esse tipo de preservação restos de animais dentro de um vômito fossilizado é raríssimo e permitiu aos cientistas comprovar uma relação direta de predação entre espécies que viveram há mais de 110 milhões de anos.
O Bakiribu waridza, pequeno como um gato e com cerca de um metro de envergadura, é o primeiro pterossauro filtrador registrado nos trópicos e o primeiro representante do grupo Ctenochasmatidae encontrado no Brasil. Com centenas de dentes finos e alongados, ele se alimentava filtrando pequenos organismos na água, comportamento semelhante ao dos flamingos atuais. A descoberta preenche uma lacuna importante na distribuição global do grupo e ajuda a entender sua trajetória evolutiva.
O material será dividido entre o Museu Câmara Cascudo (UFRN) e o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, onde ficará preservado em seu território de origem. A entrega oficial está prevista para o fim do ano e abrirá espaço para novas pesquisas incluindo análises químicas e tomografias que podem revelar mais ossos ocultos no interior da rocha.
Agência News Cariri









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