A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quinta-feira (13), o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de fraudes em aposentadorias e pensões do instituto. A ação é realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e cumpre 63 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva em 15 estados e no Distrito Federal.
Além de Stefanutto, são alvos da operação o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o ex-ministro da Previdência Social José Carlos Oliveira, que comandou a pasta no governo de Jair Bolsonaro. Oliveira foi obrigado pela Justiça a usar tornozeleira eletrônica. A PF também realiza buscas contra o deputado estadual Edson Cunha de Araújo (PSB-MA) e outros investigados, entre servidores públicos, empresários e lobistas.
As investigações apontam que o grupo operava um esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, simulando filiações a associações de aposentados inexistentes. Os valores desviados podem chegar a R$ 6,3 bilhões. O dinheiro era descontado mensalmente sem autorização dos beneficiários, sob a justificativa de prestação de serviços jurídicos e convênios com planos de saúde e academias.
Stefanutto, que foi demitido do cargo em abril após o escândalo vir à tona, é filiado ao PDT e havia sido indicado para o comando do INSS pelo então ministro da Previdência, Carlos Lupi, que também deixou o governo em meio à crise. O ex-presidente do INSS é acusado de organização criminosa, corrupção, estelionato previdenciário e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, o objetivo da nova fase é responsabilizar os líderes políticos e administrativos que teriam facilitado o funcionamento do esquema dentro do órgão. Os contratos entre o INSS e as entidades envolvidas foram suspensos, e os aposentados afetados devem ter os descontos devolvidos após a conclusão da perícia financeira.
Agência News Cariri










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