Nos últimos meses, moradores e comerciantes do Cariri têm relatado com frequência problemas relacionados a oscilações na energia elétrica. O que à primeira vista parece apenas uma lâmpada piscando pode, na prática, trazer sérias consequências, desde a queima de equipamentos até riscos de incêndios em residências e estabelecimentos. Esse fenômeno não é apenas um incômodo passageiro, mas uma questão que envolve segurança, economia e qualidade de vida.
A instabilidade na rede pode danificar aparelhos sensíveis, como televisores, computadores, geladeiras e até equipamentos médicos, que exigem fornecimento contínuo e estável. Além das perdas financeiras causadas pela queima desses itens, há também riscos maiores: conexões e cabos sobrecarregados podem aquecer e provocar curtos-circuitos, colocando em perigo toda a instalação elétrica.
As causas dessas oscilações variam bastante. Em muitos casos, elas estão relacionadas ao excesso de consumo em horários de pico, quando a rede não consegue dar conta da demanda. Também podem estar ligadas a instalações antigas e mal dimensionadas dentro das próprias casas ou comércios, que acabam agravando o problema. Soma-se a isso a falta de manutenção adequada por parte da concessionária, falhas em transformadores e conexões, além de fatores externos como chuvas fortes, ventos e descargas atmosféricas. Moradores localizados em áreas mais afastadas dos pontos de fornecimento também costumam sentir os efeitos com maior intensidade.
Os sinais de que algo não vai bem podem ser percebidos no dia a dia. Lâmpadas que piscam, aparelhos que reiniciam sozinhos, motores barulhentos ou até mesmo o cheiro de queimado em tomadas são alertas claros de que a rede está instável. Nesses casos, é recomendável acionar imediatamente a Enel Ceará por meio de seus canais de atendimento, solicitar vistoria técnica e, se necessário, registrar a ocorrência para fins de reparação de danos.
Para reduzir riscos, especialistas orientam a adoção de medidas preventivas simples e de custo relativamente acessível. Entre elas estão a instalação de dispositivos de proteção contra surtos (DPS), que desviam descargas para o aterramento, e a manutenção de um sistema de aterramento eficiente, capaz de proteger toda a instalação. O uso de filtros de linha e nobreaks também ajuda a preservar equipamentos sensíveis. Embora esses recursos tenham um custo inicial, que pode variar de R$ 80 a R$ 200 para um DPS e entre R$ 600 e R$ 1.200 para um aterramento básico, o investimento é pequeno se comparado à reposição de eletrodomésticos como geladeiras ou ar-condicionados.
Nesse cenário, o papel dos profissionais da área elétrica é fundamental. Engenheiros eletricistas podem dimensionar corretamente os sistemas de proteção, garantindo que estejam de acordo com as normas técnicas e oferecendo mais segurança às famílias e aos empreendimentos. Do lado dos consumidores, é preciso evitar improvisos e cobrar da concessionária melhorias no fornecimento, além de incentivar que novas construções já contem com as proteções mínimas previstas em norma.
Mais do que um simples incômodo, as oscilações de energia representam riscos silenciosos que comprometem a segurança, trazem prejuízos econômicos e afetam o dia a dia da população. No Cariri, a solução passa pela união entre comunidade, profissionais especializados e a concessionária, de modo a prevenir danos, reduzir perdas e assegurar a confiabilidade do fornecimento de energia.
Texto: Eng. Cleber Feitosa (CREA 378933CE) para News Cariri
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