Causa de massivos protestos em todo o Brasil no último domingo (21), a PEC da Blindagem já incitou reações entre os senadores cearenses. Cid Gomes (PSB), Augusta Brito (PT) e Eduardo Girão (Novo) se posicionaram contra a proposta, que restabelece a votação secreta para autorizar processos criminais contra deputados e senadores, amplia prerrogativas parlamentares e pode até beneficiar presidentes de partidos.
Nas redes sociais, o posicionamento dos três senadores foi firme. Todos emitiram notas de repúdio à PEC. Até o último sábado (20), havia expectativa sobre como o PSB se comportaria no Senado, já que na Câmara 54% de seus parlamentares votaram favoravelmente à proposta. No entanto, após pronunciamento do presidente nacional da sigla, o governador João Campos, a legenda decidiu fechar questão e prometeu unanimidade no voto contrário.
A senadora Augusta Brito classificou a PEC como um retrocesso.
“A aprovação, pela Câmara dos Deputados, da PEC da Blindagem representa um grave retrocesso para a democracia e para o princípio da igualdade de todos perante a lei”.
Ela também reforçou sua posição sobre a chamada PEC da Anistia:
“O Congresso Nacional não pode ser paralisado para beneficiar golpistas ou integrantes de uma família que faz campanha contra o Brasil. Nossa responsabilidade é com as famílias brasileiras, com o fortalecimento do Estado de Direito e com a garantia de que episódios como o de 8 de janeiro nunca mais se repitam”.
O senador Eduardo Girão também foi categórico:
“Ela é inoportuna e indefensável no momento em que nós vivemos no país a busca pela transparência”.
Já o senador Cid Gomes limitou a declaração, compartilhando a nota oficial do partido em suas mídias oficiais, mostrando-se contrário a emenda.
Divergências na bancada cearense
Se no Senado a posição é unânime, a bancada do Ceará na Câmara teve comportamento distinto. Dos 22 deputados federais, 15 votaram a favor da PEC da Blindagem, quatro foram contrários e três não participaram da votação. O índice revela quase 70% de apoio entre os cearenses na Câmara.
Trâmite no Senado
Após aprovação em regime de urgência na Câmara, a proposta segue para análise no Senado ainda nesta semana. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), garantiu que a PEC terá rito normal de tramitação, diferentemente do processo de urgência adotado pelos deputados.
O relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Alessandro Vieira (MDB-SE), já adiantou que apresentará parecer pela rejeição na próxima quarta-feira (24). Até agora, levantamentos indicam 45 votos declarados contra a proposta, número suficiente para barrar a PEC.
Texto: Matheus Moreira/ Agência News Cariri
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