Após um ano internada no Hospital Infantil Albert Sabin, criança recebe alta e vai para casa com quadro estável

A enfermaria do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), foi palco de um momento de emoção e celebração na última sexta-feira (29). Profissionais da unidade e familiares celebraram a alta hospitalar da Sofia, de um ano. Diagnosticada com leucinose, uma doença genética rara do metabolismo, logo após o teste do pezinho, ela passou praticamente todo o primeiro ano de vida internada. Agora, pela primeira vez, deixa o hospital em condições de saúde estáveis para reencontrar a família em casa, no município de Jaguaruana.

“Estou muito feliz em ir embora para junto dos meus outros dois filhos, que já nos esperam. Eu sonhava todos os dias com esse momento de voltar para casa com minha filha. A trajetória da minha família é de muita vitória”, declarou a mãe, Conceição Silva, 33, não contendo as lágrimas ao falar da conquista.

Durante a internação, Conceição construiu vínculos tanto com os profissionais do hospital, que acompanharam cada etapa do tratamento, quanto com outras mães que dividiam a mesma rotina de cuidado. “No meio das conversas e trocas de experiências diárias, a gente se fortalecia. Desenvolvi uma relação muito bonita aqui no Hias”, contou.

Equipe se despediu com festa e alegria, mas também com muitos cuidados com Sofia

Leucinose

Segundo o pediatra François Ponte, a leucinose, também conhecida como Doença da Urina de Xarope de Bordo (MSUD), é um “erro inato do metabolismo que impede o organismo de processar corretamente aminoácidos presentes nas proteínas da alimentação”. “Quando acumulados no sangue, podem causar lesões neurológicas e risco de vida se não tratados precocemente”, explicou.

O médico ressalta que o caso de Sofia exigiu internações prolongadas, monitoramento intensivo, dieta restrita e acompanhamento de várias especialidades. “Hoje, ela apresenta uma condição estável: está livre de crises convulsivas recentes, respira sem necessidade de suporte avançado e se alimenta com dieta especial isenta de proteínas naturais”, detalhou.

Para François, a alta simboliza mais do que um avanço clínico. É o reflexo de um trabalho conjunto. “O que mais nos marcou foi a resiliência da Sofia e de Conceição. Apesar das longas internações, a mãe esteve sempre presente, aprendendo cada detalhe do cuidado e transmitindo coragem. A história da Sofia mostra como ciência, dedicação da equipe e amor da família podem transformar vidas”, destacou.


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