Dez anos depois, acusado de matar jovem em festa de Araripe enfrenta o Júri do Crato; família espera condenação

Após quase uma década de dor e incertezas, será realizado na próxima segunda-feira, 5 de maio, às 8h30, no Fórum da Comarca do Crato, o julgamento de Gledson (sobrenome resguardado por decisão judicial), acusado de assassinar Cícero Flávio Alves Pereira, de 24 anos, durante uma festa em Araripe/CE.

O crime ocorreu na madrugada de 19 de setembro de 2015, por volta das 2h30, no Clube Mania, onde o réu, após uma discussão com Flávio, teria deixado o local dizendo que voltaria para matá-lo. Pouco depois, retornou armado e disparou cinco vezes contra a vítima. Flávio foi atingido por um tiro na cabeça e dois no tórax, morrendo no local.

A violência do ato abalou a cidade de Araripe e gerou temor entre os moradores. Durante as diligências para sua prisão, Gledson teria recebido os policiais a tiros, resistindo fortemente à ação. Conforme o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o réu possui histórico de envolvimento com outros crimes e exerce forte influência na região.

Diante desse contexto, o MPCE solicitou o desaforamento do caso — ou seja, a transferência do julgamento da Comarca de Araripe para a do Crato. O pedido foi acolhido pela Justiça, com base no risco de parcialidade no julgamento em sua cidade de origem. A justificativa apresentada destacou o receio de que os jurados locais fossem influenciados pela figura temida do acusado.

“O temor da comunidade é evidente. O acusado é apontado como autor de diversos crimes e atentou contra a vida de policiais. Isso torna impossível um julgamento imparcial em Araripe”, destacou o Ministério Público no requerimento de desaforamento.

A família de Flávio aguarda com ansiedade que o réu seja responsabilizado pelo crime. “Foram quase dez anos de dor, sofrimento e espera. Perdemos um filho, um irmão, um amigo. Queremos que o responsável pague pelo que fez”, desabafou um parente próximo.

O caso repercute em toda a região do Cariri e é acompanhado com grande expectativa. O julgamento promete mobilizar a atenção da comunidade local, que ainda carrega na memória a violência que marcou aquele setembro.

Na segunda-feira, o Fórum do Crato será o palco de um clamor que ecoa há dez anos: justiça para Flávio.


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