A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro provocou uma das maiores crises internas recentes do PL ao criticar publicamente a articulação do partido com Ciro Gomes para a disputa ao Senado pelo Ceará em 2026. A declaração foi feita em um comício em Fortaleza, quando Michelle afirmou que a aliança era “precipitada” e apontou o dedo para o deputado André Fernandes (PL-CE), responsável pelas negociações.
A fala gerou reação imediata do comando do PL e dos filhos de Jair Bolsonaro. Flávio Bolsonaro classificou a atitude como um gesto que “atropelou” o próprio ex-presidente, alegando que a articulação com Ciro havia sido autorizada por Bolsonaro. Carlos e Jair Renan também endossaram as críticas, defendendo a necessidade de união interna e respeito à liderança paterna.
Nos bastidores, dirigentes da sigla avaliam que Michelle expôs uma disputa sensível: quem ocupará o espaço de liderança deixado por Jair Bolsonaro, atualmente preso pela trama golpista. A avaliação é de que a ex-primeira-dama se isolou ao confrontar aliados estratégicos e até mesmo os próprios enteados. Há quem defenda que Michelle seja afastada das discussões eleitorais.
O deputado André Fernandes, centro da polêmica, afirmou que jamais faria críticas públicas semelhantes, mas rebateu Michelle dizendo que a aliança foi autorizada não só por Jair Bolsonaro, mas também por Carlos Bolsonaro, durante reunião ocorrida em maio. Segundo ele, a sigla e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também concordaram com o movimento.
Diante da crise, o PL convocou uma reunião de emergência para esta terça-feira (2). O encontro deve reunir Valdemar Costa Neto, Flávio Bolsonaro e Rogério Marinho, com objetivo de “acalmar os ânimos” e reintegrar Michelle às diretrizes partidárias. Lideranças admitem, porém, que suas chances de compor uma chapa presidencial em 2026 ficaram drasticamente reduzidas.
Agência News Cariri









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