O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá a palavra final sobre a possível extradição do espião russo Sergey Vladimirovich Cherkasov, preso desde 2022 na Penitenciária Federal de Brasília. Condenado por uso de documentos falsos, ele cumpre pena até 2027, mas a Rússia solicitou sua extradição antecipada, pedido que está em análise no Ministério da Justiça.
A avaliação técnica é conduzida pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), após a Justiça Federal informar que não há mais processos pendentes contra o russo no Distrito Federal. Órgãos como Polícia Federal, Ministério Público e tribunais federais também foram consultados, e atualmente não há inquéritos em andamento diretamente contra Cherkasov, embora ele seja citado em investigações mais amplas sobre espionagem russa.
Preso ao tentar viajar para a Holanda com passaporte brasileiro falso, Cherkasov se apresentava como Victor Muller e vivia no Brasil desde 2010. Segundo a Polícia Federal, ele integrava uma rede de espionagem que utilizava o país como base de apoio, com o objetivo de obter informações estratégicas e facilitar a atuação de agentes russos no exterior, inclusive junto ao Tribunal Penal Internacional.
Além da Rússia, os Estados Unidos também demonstraram interesse na extradição, alegando que o espião teria atuado em território norte-americano com identidade falsa. Embora a análise jurídica esteja em curso no Ministério da Justiça, a decisão será essencialmente política e caberá ao Palácio do Planalto, com aval direto do presidente Lula. Delegados da PF avaliam que a extradição pode ocorrer, o que, segundo eles, pode comprometer o avanço das investigações sobre a rede de espionagem.









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