Movimentação do deputado federal cearense amplia o racha interno no partido, que deve receber Roberto Cláudio nesta terça-feira (5) e é cortejado por Eduardo Girão para apoiar sua candidatura ao Governo do Ceará em 2026.

O cenário político cearense ganhou novos contornos nesta segunda-feira (03) após o deputado federal Moses Rodrigues (União Brasil) anunciar apoio à reeleição do governador Elmano de Freitas (PT) em 2026. A decisão, feita publicamente durante um evento no Interior, amplia o racha dentro do União Brasil, partido que se prepara para receber o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, nome ligado ao grupo de Ciro Gomes (PSDB) e cotado para disputar o Governo do Ceará pela oposição.

O gesto de Moses contraria a orientação do diretório estadual do União, comandado pelo ex-deputado Capitão Wagner, um dos principais adversários do grupo petista no Estado. O parlamentar justificou o apoio afirmando reconhecer os resultados da gestão de Elmano e a necessidade de continuidade das políticas estaduais. “Tem divisão, uma ala que quer ficar na oposição. Mas tenha certeza, governador, que eu estarei lhe apoiando na reeleição, porque reconhecemos o trabalho que tem feito pelo Ceará”, declarou. O posicionamento de Moses também deve influenciar seu pai, Oscar Rodrigues, prefeito de Sobral, que deve seguir a mesma linha.

A decisão acirra a disputa interna dentro do União Brasil, que tenta se consolidar como o principal polo oposicionista nas eleições de 2026. Enquanto Eduardo Girão (Novo) articula o apoio da legenda à sua pré-candidatura ao Governo, e Roberto Cláudio, outro possível pré-candidato,  se prepara para oficializar sua filiação amanhã. (05).

Moses se posiciona no campo governista, criando um contraste evidente entre as alas do partido. O gesto também causa desconforto entre os Ferreira Gomes, especialmente em Cid Gomes (PSB), rival político histórico da família Rodrigues no Norte do Estado.

A Executiva estadual do União Brasil já afirmou que não pretende liberar seus filiados para alianças independentes em 2026, reforçando a orientação de oposição ao Palácio da Abolição. Ainda assim, o apoio de Moses, somado ao de Fernanda Pessoa (União) e AJ Albuquerque (PP), evidencia o fissuramento da unidade interna do partido e pode enfraquecer o discurso de coesão oposicionista que Roberto Cláudio e Capitão Wagner tentarão consolidar no evento de filiação em Brasília. O movimento reforça que o União Brasil chega dividido ao tabuleiro de 2026, com parte de seus quadros mirando o governo e outra, a disputa pelo poder.

Matheus Moreira/ News Cariri