De acordo com o estudo, os aplicativos de transporte particular de passageiros concentram a maioria dos trabalhadores (53,1%), seguidos pelos de entrega de comida e produtos (29,3%), prestação de serviços gerais ou profissionais (17,8%) e táxis (13,8%). A pesquisa também mostrou que 72,1% dos trabalhadores atuam em ocupações ligadas a transporte, como motoristas e motociclistas.
A informalidade segue como uma das principais características desse tipo de trabalho: 71,1% dos trabalhadores de aplicativos estão fora de vínculos formais, contra 44,3% da população ocupada geral. A maioria, 86,1%, atua por conta própria, e apenas 3,2% tem carteira assinada. Para o IBGE, a flexibilidade e a autonomia oferecidas pelas plataformas são fatores que atraem novos trabalhadores, apesar da ausência de garantias trabalhistas.
O perfil predominante é o de homens (83,9%), com idade entre 25 e 39 anos (47,3%) e ensino médio completo ou superior incompleto (59,3%). A região Sudeste concentra mais da metade dos trabalhadores por aplicativo (53,7%), seguida pelo Nordeste (17,7%) e Sul (12,1%).
O avanço dessa modalidade reacende o debate sobre vínculo empregatício entre trabalhadores e plataformas digitais, tema que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro. Enquanto representantes dos trabalhadores apontam precarização das condições de trabalho, as empresas e a Procuradoria-Geral da República (PGR) argumentam que não há relação empregatícia, defendendo o modelo atual baseado em autonomia e flexibilidade.
Texto: Matheus Moreira/ News Cariri
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