Sobe para 130 o número de mortos em operação no Rio

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou nesta quarta-feira (29) que o número de mortos após a operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, subiu para 132. Segundo o órgão, entre as vítimas estão 128 suspeitos e quatro policiais. O número, no entanto, é quase o triplo do balanço oficial divulgado pelo governo estadual, que aponta 58 mortos: 54 suspeitos e 4 agentes de segurança.

O governador Cláudio Castro reconheceu que o total de vítimas deve aumentar, após a descoberta de dezenas de corpos levados por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, durante a madrugada. Segundo o governo, a última contagem confirmada no local indicava 64 corpos.

A ONGs e instituições que acompanham de perto os moradores da região, relatou que muitos dos mortos apresentavam marcas de tiros na nuca e facadas. Uma medida cautelar  foi apresentada a à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), solicitando a presença de investigadores internacionais para acompanhar o caso.

Os corpos foram encontrados em uma área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, e outros 32 foram levados por moradores até a Praça São Lucas, para facilitar o reconhecimento por familiares. O secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou que está ciente da situação e que as circunstâncias das mortes estão sendo apuradas. O atendimento aos familiares das vítimas será feito no prédio do Detran, ao lado do Instituto Médico-Legal (IML), onde ocorrem as necropsias.

A operação, considerada a mais letal da história do Rio, envolveu as polícias Civil e Militar e resultou ainda em 81 prisões. Enquanto o governo do estado defende a ação como um golpe “estratégico” contra o tráfico, entidades de direitos humanos e moradores denunciam execuções e o uso desproporcional da força. A tragédia reacende o debate sobre a política de segurança no Rio de Janeiro e a falta de transparência nos números oficiais.

Matheus Moreira/ News Cariri 


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