O piloto brasileiro Gabriel Bortoleto de 20 anos, saiu de 16º para 10º posição no GP do México, somou o ponto final e acendeu a esperança da torcida, mesmo dentro de um projeto de longo prazo e num carro longe dos líderes.
Bortoleto chegou à Fórmula 1 em 2025 com uma carga simbólica muito maior do que sua experiência: é o primeiro piloto brasileiro titular no grid desde 2017, devolvendo ao país uma presença direta na principal categoria do automobilismo mundial. A confirmação do seu contrato com a equipe Kick Sauber (no caminho para se transformar em equipe-fábrica Audi) foi tratada como uma aposta de futuro pela imprensa e pela própria equipe.
No Autódromo Hermanos Rodríguez, no México, Bortoleto transformou uma largada difícil em resultado, saiu do 16º lugar no grid e, depois de uma corrida de recuperação e gerenciamento, cruzou a linha em 10º, garantindo um ponto para a sua contagem na temporada. Foi também o piloto que mais ganhou posições naquela corrida: seis no total, um feito valorizado pela equipe e torcida, porque veio numa pista em que ele nunca tinha corrido antes.
O cenário técnico, porém, exige uma leitura mais cuidadosa: o carro de Bortoleto não é, hoje, uma máquina para disputar pódios, é um dos menos competitivos do grid em 2025, a equipe Kick Sauber é um projeto de reconstrução e transição organizacional que antecede a entrada total da Audi. Na prática, isso significa que o foco do piloto neste primeiro ano está mais na aprendizagem, na coleta de dados e na construção de consistência do que numa caça a resultados grandes.
Para o público brasileiro, porém, o valor da sua presença é emocional e estratégico: correr em Interlagos, agora em novembro, será o primeiro grande momento em casa na F1 desde a era de Massa, com arquibancadas e bandeiras verdes e amarelas à espera. A expectativa é grande: além do apoio da torcida, a visibilidade pode ajudar patrocinadores, a carreira do piloto e o próprio projeto da equipe.
Mas o que se pode esperar daqui para frente? Realisticamente:
Pontuação seletiva: sempre que as circunstâncias (estratégia, clima, safety-car) permitirem, Bortoleto tem potencial de somar pontos como fez no México, e assim construir crédito no paddock;
Aprendizado técnico: experiência com a pilotagem, comunicação com engenheiros, pneus e acerto de corrida serão o principal ganho deste ano;
Evolução do carro: a própria Sauber/Audi terá papel central, melhorias estruturais e desenvolvimento técnico ao longo de 2025 e, especialmente, para 2026, podem permitir que Bortoleto dispute posições melhores no futuro;
Bortoleto também já tem sido ouvido pela mídia sobre o rendimento dos líderes e o cenário da temporada, um sinal de que, além de competir, ele se expõe e aprende em relação com a imprensa mundial, um componente cada vez mais importante para quem representa um país faminto por um novo ídolo;
Em suma: a pontuação no México é mais do que um número: é um cartão de visita. Mostra capacidade de recuperação, cabeça fria e habilidade para extrair o máximo frente a limitações técnicas. Mas é também o lembrete de que o calendário de 2025 é, para Bortoleto e sua equipe, um processo. Interlagos virá como teste emocional e simbólico, e para muitos brasileiros, como o retorno de uma presença que esteve ausente por oito anos.
Lorhane Santos/ News Cariri










Deixe um comentário