Bebeto Queiroz segue foragido há mais de 300 dias; ex-prefeito tem ligação com empresa suspeita de fraude em contratos no Cariri

Mesmo após quase 10 meses da emissão do mandado de prisão, o paradeiro de Bebeto Queiroz (PSB), continua desconhecido. Ele é alvo de duas operações distintas, uma conduzida pelo Ministério Público em parceria com a Polícia Civil do Ceará e outra pela Polícia Federal. O ex-prefeito eleito de Choró está envolvido com uma empresa suspeita que possuía contratos de prestação de serviços para prefeituras do Cariri.

A situação de Bebeto se agravou no fim de 2024, quando ele passou a ser investigado pela Operação Vis Occulta, da Polícia Federal, que apura um suposto esquema de compra de votos financiado por recursos de emendas parlamentares. Paralelamente, ele também foi citado na Operação Ad Manus, conduzida pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, que investigava irregularidades em contratos de abastecimento de veículos em Choró.

Além disso, Bebeto está ligado a contratos suspeitos com a empresa MK Serviços, usada para desviar recursos públicos. Mais de 15 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por integrar uma organização criminosa responsável por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em Canindé. Os investigadores identificaram que a empresa possuía contratos de prestação de serviços em outras cidades do interior, incluindo Juazeiro do Norte e Farias Brito, no Cariri.

Segundo depoimento da então prefeita de Canindé, Rosário Ximenes (Republicanos), Bebeto, sua irmã Cleidiane de Queiroz Pereira e Maurício Gomes teriam atuado para tentar influenciar resultados eleitorais em várias cidades do interior, como Madalena, Quixadá, Boa Viagem, Aquiraz, Itaitinga, Canindé e São Gonçalo do Amarante.

Os inquéritos indicam que Bebeto seria o articulador de um caixa dois eleitoral, abastecido por desvios de verbas públicas e intermediado por aliados e familiares. Mensagens de celular, transferências bancárias suspeitas e a apreensão de valores em espécie reforçam as acusações.

Em abril de 2025, o juiz da 6ª Zona Eleitoral, em Quixadá, determinou a cassação do diploma de Bebeto e do vice-prefeito Bruno Jucá Bandeira por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2024. A decisão aplicou multa de R$ 53 mil ao gestor e declarou-o inelegível por oito anos.

No fim de agosto, o TRE-CE confirmou a cassação em julgamento unânime, mantendo as sanções contra Bebeto. Ao vice, porém, foi retirada a inelegibilidade, embora a cassação tenha sido mantida. O Tribunal também determinou a realização de nova eleição municipal, cuja data ainda não foi definida.

Texto: Matheus Moreira/ News Cariri 


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