O tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começam a valer nesta quarta-feira (6) e afeta todo o Brasil. O Ceará, estado que tem a maior fatia de suas exportações enviada aos Estados Unidos, é o estado brasileiro mais afetado, o que preocupa setores da economia.
O governador Elmano de Freitas anunciou nesta quarta medidas para amenizar os impactos do tarifaço:
- auxílio financeiro às empresas que exportam para os Estados Unidos;
- compra de produtos dessas empresas para atender equipamentos do Governo;
- antecipação de pagamento de créditos;
- aumento de incentivos fiscais, além da instalação do Comitê Estratégico para acompanhar a aplicação das medidas.
Entre as medidas anunciadas por Elmano estão encontros individuais com os setores mais atingidos pelas novas tarifas, como o de pescados, castanha de caju, água de coco, cera, couros e calçados. “Queremos ouvir um a um, e compartilharmos cada decisão”, disse.
O diálogo e a negociação são instrumentos importantes para o governo. Em entrevista no dia 29 de julho, o governador disse que uma das estratégias era intensificar o diálogo e as negociações e garantir competitividade às empresas brasileiras caso a medida fosse confirmada.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (30) os produtos brasileiros que serão isentos e os que serão taxados em 50%.
Um grupo de trabalho, composto por membros do governo estadual, federações da indústria e agricultura do Ceará, além do governo federal, foi estabelecido para acompanhar de perto a situação.
2. Agilidade na exportação antes do dia 6 de agosto
Outra movimentação do governo estadual é agilizar as exportações cearenses para os Estados Unidos antes do dia 6 de agosto, quando começa o tarifaço.
Elmano informou que mantém contato com as superintendências da Receita Federal e do Ibama no Ceará, bem como do Porto do Mucuripe, para uma união de forças que possibilita agilidade no desembaraço do envio de mercadorias.
Em julho, pelo menos 20 contêineres ficaram retidos no Porto do Pecém, o principal do estado. A retenção foi um primeiro sinal preocupante para os exportadores do estado.
O estado vende para os Estados Unidos, sobretudo, produtos de aço (siderurgia), pescados, sucos, castanha e pás eólicas. Em 2024, 44,9% de todas as exportações cearenses foram para os EUA. De janeiro a junho de 2025, 51% das exportações cearenses foram para os americanos.
No Ceará, a situação tem causado ainda mais tensão porque nenhum outro estado brasileiro é tão dependente dos EUA quanto o Ceará – os Estados Unidos são, isolados, os maiores compradores de produtos cearenses, ainda que em volume de vendas, o estado seja apenas o décimo segundo maior exportador para os EUA.
3. Novos mercados
As tratativas pelo fortalecimento de novos mercados será outra frente de atuação do Ceará. O governador Elmano disse que já tem uma reunião marcada com o Consulado da China. “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para que nossos produtores e nossa economia não sofram tantas consequências”, assegurou.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, logo atrás da China. E o Ceará é, proporcionalmente, o estado brasileiro mais dependente dos Estados Unidos para exportações. Em 2024, 44,9% dos produtos cearenses foram para lá. Em comparação, o segundo lugar, o Espírito Santo, vendeu 28,6% dos seus produtos para os EUA.
4. Compra de mercadorias
O governador também afirmou durante o anúncio que estuda comprar mercadorias dos produtores cearenses, principalmente perecíveis, como peixes e frutas, para serem usadas em programas sociais e equipamentos públicos do estado.
Outras medidas econômicas, que possam ajudar as empresas, também estão em análise, priorizando o equilíbrio fiscal.
“O momento é da união de todos nós que queremos o bem do nosso estado, deixando de lado questões políticas e ideológicas, para que os cearenses e o nosso Ceará não sejam tão prejudicados. Essa é a nossa luta. E seguiremos cada vez mais firmes, para enfrentar e vencer”, concluiu Elmano.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira (30) os produtos brasileiros que serão isentos e os que serão taxados em 50% a partir do dia 6 de agosto. Os produtos de siderurgia, principal item de exportação cearense, serão poupados das taxas; enquanto o setor de pescados, um dos mais dependentes dos EUA, será taxado.
Em 2024, os pescados foram o segundo principal produto de exportação do Ceará para os Estados Unidos, logo atrás do aço. Ao todo, o estado exportou US$ 54 milhões em pescado, dos quais US$ 52 milhões foram para os americanos. Nos últimos anos, o estado se tornou o principal exportador de pescados do Brasil.
A despeito da China ser o principal parceiro comercial do Brasil, os EUA são o principal parceiro comercial do Ceará. O estado vende para lá, sobretudo, produtos de aço (siderurgia), pescados, sucos, castanha e pás eólicas. Em 2024, 44,9% de todas as exportações cearenses foram para os EUA. De janeiro a junho de 2025, 51% das exportações cearenses foram para os americanos.
Ao g1, o primeiro secretário do Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Ceará (Sindfrio), Paulo Gonçalves, lamentou a taxação e afirmou que o setor está em contato com os clientes para entender como proceder. Conforme o sindicato, as empresas do setor vendem 100% dos chamados peixes costeiros para os EUA.
Os calçados, outro item de exportação cearense, serão taxados. Por outro lado, não se sabe como ficam as condições da castanha de caju produzidas no Ceará: o governo americano isentou o item chamado “Brazil nuts”, que comumente se refere à castanha-do-pará, mas o setor produtor cearense ainda não sabe se a isenção se aplica à castanha de caju.
O anúncio das tarifas, no início de julho, vinha causando apreensão no empresariado cearense – nenhum outro estado brasileiro é tão dependente dos EUA quanto o Ceará, uma vez que os Estados Unidos são, isolados, os maiores compradores de produtos cearenses, ainda que em volume de vendas, o estado seja apenas o décimo segundo maior exportador para os EUA.
Fonte: G1
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