Atendimento psicológico contribui para recuperação de pacientes no Hospital Regional do Cariri

Os cuidados com a saúde vão além daqueles voltados para o corpo. O tratamento de uma doença que precisa de internação hospitalar, por exemplo, pode exigir atenção também com a saúde mental. No Hospital Regional do Cariri (HRC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o serviço de Psicologia Hospitalar atua junto às equipes multiprofissionais, possibilitando uma atenção integral aos pacientes, buscando identificar e acolher aspectos emocionais que podem fazer parte do processo de adoecimento e que influenciam na recuperação.

“Às vezes o próprio adoecimento físico traz uma espécie de prejuízo emocional ou acentua aquela experiência de adoecimento emocional que a pessoa já traz. Atuamos no sentido de oferecer um suporte emocional para esse paciente, por meio de um espaço de fala, para que ele consiga externalizar como está sendo a experiência do adoecimento”, explica uma das psicólogas que atuam no HRC, Judithe de Almeida.

Foi o que aconteceu com o paciente C.A.R., de 57 anos. O agricultor, morador do município de Lavras da Mangabeira, precisou ser internado no HRC por complicações de uma pneumonia. Enquanto recebia o tratamento para a doença respiratória, ele passou, pela primeira vez na vida, por atendimento psicológico.

“Eu achei bom demais, porque é mais uma porta se abrindo para a saúde. E a psicologia eu acho que ela faz parte do tratamento também, é muito necessária”, destacou o paciente sobre o atendimento.

De acordo com a psicóloga que também integra a equipe do HRC, Roziane Freitas, a atuação se estende também à família. “Entendemos que o adoecimento afeta o paciente, mas ele repercute emocionalmente também em seus familiares. Então, a gente acolhe o paciente, a família, e facilita essa comunicação, entre família e equipe”, explica.

Principais demandas e benefícios para o tratamento

Psicólogas atuam com estratégias para proporcionar mais segurança e confiança aos pacientes

Entre as situações mais comuns que demandam acompanhamento psicológico estão os casos de pacientes diante de uma vivência de amputação de um membro; em cuidados paliativos; com crises de ansiedade ou que já tenham transtornos prévios; como também quadros depressivos que são desencadeados durante a hospitalização.

Nessas ocasiões, as psicólogas atuam com estratégias para proporcionar mais segurança e confiança aos pacientes e familiares, o que ajuda na adesão ao tratamento. “Nosso trabalho não é de convencimento, mas de escuta e acolhimento. O paciente precisa se sentir seguro com a equipe e precisa compreender o que é que está acontecendo e o porquê daquelas condutas e procedimentos”, complementa Judithe.

Sobre os benefícios observados nos pacientes que passam pelo atendimento psicológico, profissionais destacam uma maior autonomia e participação ativa no tratamento. “Percebemos não só uma sensação de alívio pelo espaço de fala, mas também uma sensibilização de consciência e de autonomia sobre o próprio processo de tratamento”, explica Judithe. “Após o atendimento, vemos o quanto o diálogo pode minimizar muitas angústias que são vivenciadas”, completa Roziane.


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