Pedra fundamental do empreendimento foi lançada nesta segunda-feira (7), com a presença do governador Elmano de Freitas
O desenvolvimento do sertão cearense ganha ritmo acelerado com o lançamento da pedra fundamental do Terminal Multimodal e Multipropósito de Cargas em Quixeramobim, ocorrido nesta segunda-feira (7). Quando concluído, o empreendimento funcionará como um porto seco, conectado à ferrovia Transnordestina e ao Porto do Pecém. A cerimônia contou com a presença do governador Elmano de Freitas e do CEO do Value Global Group, Ricardo Azevedo, entre outras autoridades.
“Nós estamos dando início a uma grande transformação de oportunidades e chances de emprego ao povo do Sertão Central e do Ceará inteiro. Aqui, é a Transnordestina com muito carga, um porto seco para distribuir parte dessa carga, e atrair indústrias e empresas”, destacou o governador.
O projeto Porto Seco José Dias de Macêdo, conduzido pela Value Global Group, abrangerá uma área superior a 362 hectares e será implementado em duas fases. A projeção da empresa aponta para um investimento total de R$ 1 bilhão.
Na oportunidade, também estiveram presentes o secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Domingos Filho; a secretária de Relações Internacionais, Roseane Medeiros; o secretário do Planejamento e Gestão, Alexandre Cialdini; o secretário dos Recursos Hídricos do Ceará, Fernando Santana; o coordenador de Engenharia da Transnordestina, Eduardo Cavalcante; o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta; entre outras autoridades.
Hub estratégico
A primeira fase das obras receberá um aporte de R$ 350 milhões e gerará 1.300 empregos. A previsão é que a conclusão e o início da operação ocorram em agosto de 2026. A segunda fase, que inclui o processo de alfandegamento junto à Receita Federal, tem previsão de conclusão para 2027.
O empreendimento facilitará a armazenagem e movimentação de cargas, e futuramente, o despacho aduaneiro. Isso trará diversas vantagens competitivas, como a otimização de custos e maior agilidade logística. Além disso, a Value planeja a construção de um distrito industrial.
“O investimento é 100% próprio. É o primeiro porto de cinco que vamos fazer no País. A família Macêdo nos cedeu mais mil hectares para que possamos fazer um distrito industrial. Vai gerar mais emprego e mais emprego”, afirmou o CEO Ricardo Azevedo, ressaltando o empenho do Governo do Ceará para o desenvolvimento do projeto.
O projeto do porto seco conta com a parceria com a Prefeitura de Quixeramobim e o Governo do Ceará, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE). Outras cidades com potencial para receberem porto seco são Missão Velha, no Cariri, e Iguatu, no Centro Sul.
“Quixeramobim e o Sertão Central vão poder contar com um grande terminal de embarque, de desembarque, de importação, de exportação, para tudo quanto é de produção aqui nessa área”, reforçou Domingos Filho, titular da SDE.
“Hoje é um dos dias mais importantes da história do sertão cearense pela grandeza dessa obra. É um momento de transformação da nossa economia. Do estudo ao trabalho, vamos fazer crescer o nosso sertão”, completou Cirilo Pimenta, prefeito de Quixeramobim.
Roberval Saraiva, de 63 anos, é um pequeno produtor rural na comunidade São João Velho, localizada a 10 quilômetros do futuro porto seco. Ele está otimista com o impacto que o empreendimento vai gerar na região. “Eu espero que beneficie a todos nós, principalmente para ajudar quem menos tem condição”, disse.
Transnordestina
A ferrovia Transnordestina, a maior obra de infraestrutura do Nordeste brasileiro, possui 1.206 km de extensão em linha principal. Ela atravessa 53 municípios nordestinos, partindo de Eliseu Martins, no Piauí, em direção ao Porto do Pecém.
No Ceará, a ferrovia se estende por 608 km, abrangendo 28 municípios e contando com três terminais de carga. Essa estrutura permitirá atender não apenas os grandes produtores de grãos do Piauí, mas também a bacia leiteira e os pequenos e médios agricultores do Ceará.
Em junho deste ano, foi assinada a ordem de serviço do lote 8, que conectará Quixadá, no Sertão Central, a Baturité, passando por Itapiúna e Capistrano, com um investimento previsto de R$ 1 bilhão. Com isso, restam apenas dois lotes para a chegada à Caucaia, de onde já está em obras o trecho de ligação com o Porto do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Além de reduzir os custos logísticos, a ferrovia oferece uma alternativa eficiente para o escoamento de grãos, combustíveis, fertilizantes e minérios, fortalecendo a competitividade do agronegócio nordestino no mercado global.
Por Larissa Falcão/Casa Civil
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