Projeto De Braços Abertos realiza roda de conversa sobre comunicação para mobilização social no Cariri

Na última sexta-feira (16), a luta pela redução da mortalidade infantil na Região de Saúde do Cariri, no Ceará, ganhou um reforço. O Projeto De Braços Abertos, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), realizou a primeira roda de conversa “Comunicação e Mobilização Social em Saúde para Redução da Mortalidade Infantil”, um novo instrumento para auxiliar no alcance da meta de baixar o índice da região.

A atividade, que visa formar multiplicadores para fortalecer a participação da sociedade civil na luta pela redução da mortalidade infantil, no que se refere a causas evitáveis, contou com a participação de diversos atores, entre eles: profissionais de saúde, Pastoral da Criança, Mestres da Cultura, Universidades locais, Umane (associação civil sem fins lucrativos), Conselho Estadual das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), Conselho Nacional dos Secretários da Saúde (Conass), entre outros.

“Temos a sorte de estar na região mais artística do Estado. Temos música, cordel, poesia, além dos eventos religiosos e todos aqui dispostos a ajudar. Então vamos nos indignar, vamos nos movimentar e usar a comunicação como ponte”, pontuou a superintendente da Região de Saúde do Cariri, Tereza Cristina Mota. Palavras reforçadas pelo consultor do Conass, Marco Antônio, na abertura da roda de conversa: “temos, em média, 17.500 gestantes no Cariri, precisamos alcançar todas elas”.

Para auxiliar na sensibilização e compreender as nuances da comunicação com os diversos públicos da sociedade, o evento convidou a coordenadora da Rede Estadual de Mobilização Social de Comunicação da Secretaria da Saúde de Minas Gerais, Priscilla Fujiwara, como palestrante que, entre as estratégias adotadas, destacou a necessidade de compreender aquilo que é do interesse da população saber. “Precisamos entender que todos os trabalhadores da saúde são comunicadores e mobilizadores sociais e usarmos isso”, destacou.

A bióloga, sanitarista, consultora do Conass e mãe de três filhos, Pretta Cani, assistiu a todo o evento e compartilhou com os presentes uma experiência pessoal em um depoimento emocionado, frisando a “oportunidade única” que a mobilização pode proporcionar para a região. “Às vezes, a gente acha que não tem muito com o que contribuir, mas tem”, disse ela, frisando que o primeiro passo já estava sendo dado.

De Braços Abertos

A mortalidade infantil é uma das principais metas mobilizadoras do De Braços Abertos na Região Sul. Desde a implantação do projeto na localidade, em 30 de janeiro deste ano, a atuação tem focado em três frentes de forma concomitante. A primeira, busca a planificação da Atenção Primária, ação que consiste na padronização e controle de qualidade dos processos e fluxos de atendimento.

A segunda também acontece com foco na planificação, mas, desta vez, na Atenção Especializada. Todas as policlínicas da Região foram mobilizadas para aprimorar o alinhamento com a Atenção Primária e, por fim, com a Atenção Terciária. O atendimento hospitalar é o terceiro ponto de atuação, no qual comitês vêm sendo formados para estruturação de fluxos hospitalares que conversem de maneira eficiente com as demais categorias.

“Tem sido muito especial poder acompanhar o avanço desse processo e assistir ao envolvimento de todos, a vontade deles de fazer tudo acontecer. Sinto que estamos no caminho certo, há prefeituras muito ativas, já é possível observar mudanças”, destacou a assessora técnica da secretaria executiva da Atenção Primária e Políticas de Saúde e coordenadora do Programa De Braços Abertos na Região Sul, Ivone Melo.

Nesta última semana, o projeto realizou oficinas e encontros para formação dos comitês de urgência, emergência e o da mortalidade infantil, o que tornou o momento ideal para a realização da roda de conversa sobre estratégias de comunicação para mobilização social. “A nossa preocupação maior é que 70% das causas da mortalidade aqui no Cariri são por causas evitáveis. E a gente percebeu que não adianta mais trabalhar só a saúde, que toda a comunidade tem que ser envolvida, que tinha que ser um trabalho maior, conjunto. Agora, estamos trabalhando nisso”, explica Ivone.


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