A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu na tarde deste domingo (29) Lucas Ribeiro Leitão, de 30 anos, em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Lucas segue sob custódia da instituição e à disposição da Justiça.
As investigações tiveram início no dia anterior, após a Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento receber denúncias anônimas sobre a chegada a Brasília de um indivíduo que teria a intenção de cometer atentados violentos.
Com base nas informações recebidas, a equipe da Polícia Civil iniciou o monitoramento ininterrupto do suspeito, vindo de Fortaleza (CE), e pediu à Justiça do Distrito Federal a prisão temporária de cinco dias e outras medidas judiciais, que foram deferidas prontamente no plantão do Poder Judiciário no fim de semana.
A ação documentada em vídeo e publicada na rede social da PCDF mostra que os agentes armados usaram helicóptero da Divisão de Operações Aéreas para interceptar, em uma rodovia da Bahia, o caminhão no qual o acusado viajava de carona em direção a Brasília.
Nas imagens, Lucas aparece detido à beira da estrada, após os agentes ordenarem que saísse do veículo.
De acordo com informações preliminares, o suspeito teria manifestado a intenção de realizar ataques na capital federal com “graves consequências”. Em nota, a PCDF afirma que “a rápida ação evitou a concretização de qualquer ato que pudesse colocar em risco a segurança pública”.
As investigações continuam para reunir outras informações relacionadas ao caso. A PCDF ainda apura se há o envolvimento de outras pessoas.
O que diz a família
A família de Lucas Ribeiro Leitão afirmou que ele estava sob surto psiquiátrico desde a última quarta-feira, 25, quando fugiu de casa.
Em entrevista ao O POVO, a irmã dele, Mayara Ribeiro, negou que ele, de fato, planejasse um atentado terrorista, afirmando que Lucas nunca manifestou sinais de extremismo político.
Conforme ela, Lucas, que é corretor de imóveis em Caucaia (Região Metropolitana de Fortaleza), vinha apresentando sinais de deterioração de sua saúde mental há, pelo menos, dois meses, quando ainda estava na Irlanda — país para o qual havia ido fazer um intercâmbio de estudos.
Desde então, diz Mayara, Lucas apresentava “falas desconexas” e a família já planejava uma internação médica, o que não ocorreu, conforme ela disse, devido à precariedade do sistema de saúde local.
Lucas foi dado como desaparecido na última quarta-feira, 25, tendo a sua família registrado Boletim de Ocorrência (B.O) na 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Foto: Reprodução/Instagram
Lucas foi encontrado na divisa entre Goiás e Bahia, dentro de um caminhão no qual havia pedido carona. Com ele, policiais da Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV) encontraram uma faca, mas Mayara conta que o objeto, na verdade, era um canivete, adquirido por ele após episódios de roubos aos quais sofreu.
Mayara afirma que a família de Lucas estava em contato com a Polícia Civil do Distrito Federal para monitorar o caso. Ainda segundo a imprensa do DF, publicações de Lucas no Instagram fazendo menções a supostos “duelos” ao presidente Lula e ao ex-presidente Bolsonaro foram relatadas à Polícia, fazendo com que ele fosse monitorado.
Família quer trazer Lucas Ribeiro de volta ao Ceará
Mayara disse já ter entrado em contato com o delegado da DPCEV visando orientações para trazer o irmão de volta ao Ceará. Ela descreve o irmão como uma pessoa “muito inteligente”, “cristão” e interessado em Filosofia e Física.
“Quem conhece, realmente, Lucas Ribeiro, sabe que ele é uma ótima pessoa”, afirma. Ela ressalta haver uma preocupação com a integridade física de Lucas por parte da família, diante das publicações relacionadas não só a temas relacionados à política, mas também à religião e à segurança pública.
Por Agência Brasil/Lucas Barbosa/O POVO