Vídeo de 30 segundos feito em celular pode detectar risco de derrame, aponta estudo

Foto: Reprodução

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Um estudo feito no Hospital Universitário Nacional de Taiwan, em Taipei, e publicado nesta quarta-feira pelo Journal of the American Heart Association pode ajudar na prevenção do AVC (acidente vascular cerebral) e, o melhor, de uma forma não invasiva e simples.

Isso porque por meio de um vídeo de cerca de 30 segundos feito por um celular os pesquisadores taiwaneses conseguiram captar o movimento do fluxo sanguíneo logo abaixo da pele e foi possível detectar o estreitamento de artérias do pescoço dos voluntários. Esse é um importante fator de risco para o AVC.

“Este foi um momento emocionante ‘eureka’ para nós. Os métodos de diagnóstico existentes — ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética — exigem triagem com equipamentos e pessoal especializado em imagens médicas. A análise de vídeo gravado em um smartphone não é invasiva e fácil de realizar, e portanto pode oferecer uma oportunidade para aumentar a triagem”, comemorou o cardiologista do Hospital Universitário Nacional de Taiwan e autor do estudo, Hsien-Li Kao.

O ensaio aconteceu entre 2016 e 2019 e usou ampliação de movimento e análise de pixels — a menor unidade de uma imagem digital — para detectar mudanças mínimas na superfície da pele capturada pelo celular.

Os 202 adultos foram filmados deitados de costas, com a cabeça inclinada para trás dentro de uma caixa personalizada, para minimizar o movimento externo. Entre os voluntários, 54% apresentavam estenose — estreitamento — da carótida significativa, ou seja, tinham pelo menos 50% de bloqueio previamente diagnosticado por ultrassonografia, enquanto 46% não apresentavam o problema.

O aparelho usado pelos pesquisadores foi um iPhone 6, 64 GB. Kao informou que usaram um celular mais antigo por acreditar que seria mais comum para o usuário médio.

A análise de movimento de vídeo teve uma taxa de precisão de 87% na detecção de estenose no grupo conhecido por ter estenose da artéria carótida. Todos os participantes do estudo também fizeram um teste de ultrassom Doppler padrão para confirmar o estreitamento em suas artérias e para avaliar e validar as estimativas da análise de movimento de vídeo.

O ensaio analisou um público considerado de risco: eram 79% de homens, com média de idade de 68 anos. Por isso, os pesquisadores reconhecem que novos estudos precisam ser feitos, mas a descoberta é significativa.

“A estenose da artéria carótida é silenciosa até que ocorra um derrame. Com esse método, os médicos podem gravar um vídeo do pescoço do paciente com um smartphone, enviar os vídeos para análise e receber um relatório em cinco minutos. A detecção precoce da estenose da artéria carótida pode melhorar os resultados dos pacientes”, explicou o autor do estudo.

Fonte: R7

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