A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (4) um convite ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para que ele ele dê explicações sobre alguns temas polêmicos que surgiram nas últimas semanas envolvendo militares.
Os deputados querem ouvir o ministro sobre:
- compra de comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas;
- sugestão do presidente Jair Bolsonaro para que militares façam uma apuração paralela de votos nas eleições deste ano;
- compra de próteses penianas pelas Forças Armadas.
Por se tratar de convite, e não de convocação, o ministro não é obrigado a ir. A liderança do governo sugeriu que Paulo Sergio Nogueira compareça à comissão em 8 de junho.
Ainda durante a sessão desta quarta-feira, a Comissão de Fiscalização e Controle também aprovou convites para ouvir os ministros Victor Godoy (Educação), Marcelo Queiroga (Saúde) e Fábio Faria (Comunicações) sobre outros temas.
Inicialmente, todos os pedidos eram de convocação, mas foram transformados em convite. A alteração é de praxe dentro do Congresso, quando há acordo entre parlamentares governistas e de oposição.
Eleições
O pedido para que o ministro da Defesa fosse chamado à comissão foi apresentado pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO) e não incluía, inicialmente, a previsão de Paulo Sergio Nogueira falar sobre as eleições. No entanto, os deputados decidiram incluir o tema.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que as Forças Armadas sugeriram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a apuração paralela de votos por militares.
A declaração gerou reação entre parlamentares. O presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o Congresso é o “guardião” da democracia e que “não tem cabimento levantar a menor dúvida sobre as eleições no Brasil”.
“Esse tensionamento contra as instituições é algo que nos preocupa”, disse o deputado Leo de Brito (PT-AC) na comissão.
“Quem for eleito presidente, governador, senador, deputado tem que assumir, não pode ter tensionamento inclusive com a tentativa de utilização dos militares das Forças Armadas neste sentido”, acrescentou.