O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou nesta quinta-feira (3) que a empresa tem tentado explicar claramente à sociedade e ao Congresso Nacional que não pode segurar preço dos combustíveis. Ele participou de evento virtual do banco Credit Suisse.
“A gente tem visto que isso tem sido entendido, que não seja a Petrobras a segurar preços. [A empresa] trabalha em cima da legalidade, tem de praticar preços de mercados”, declarou. Segundo ele, a empresa tem de seguir a lei das estatais, das sociedades anônimas e, também, o seu estatuto.
“E sabemos do prejuízo que é tentar segurar preços de forma artificial. Primeiro vamos perder muitos investimentos, dificultar importação”, declarou.
A explicação é que, ao segurar preços artificialmente, a empresa dificultaria a importação de combustíveis, e isso poderia gerar desabastecimento no mercado interno — que não é abastecido unicamente pela Petrobras.
Silva e Luna declarou que a empresa tem responsabilidade social, mas acrescentou que ela “não pode fazer políticas públicas”.
De acordo com ele, a contribuição da Petrobras é entregar resultados financeiros para seus acionistas, sendo o maior deles a União, e também recolhendo tributos aos cofres públicos.
Resultados
Após lucrar R$ 42,855 bilhões no segundo trimestre, a empresa informou, em outubro do ano passado, um resultado positivo de R$ 31,142 bilhões no terceiro trimestre de 2021. Com o resultado, a estatal reverteu o prejuízo de R$ 1,5 bilhão apurado no mesmo período do ano passado.
Naquele momento, a Petrobras aprovou o pagamento de nova antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021, de R$ 31,8 bilhões, ou o equivalente a R$ 2,437865 bruto por ação preferencial e ordinária em circulação.
PEC dos combustíveis
As declarações do presidente da Petrobras acontecem em um momento no qual o governo e o Congresso Nacional avaliam a possibilidade de discutir uma a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para atenuar a alta nos preços dos combustíveis.
Segundo colunista do g1, Valdo Cruz, a ideia é reduzir ou zerar alguns impostos. A proposta ainda não foi enviada ao Congresso. Integrantes do governo, porém, resistem à proposta por entenderem que, se o governo abrir mão de arrecadação, o mercado financeiro reagirá mal por entender que a medida irá piorar as contas públicas.
Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo avalia quais impostos poderão ser “moderadamente reduzidos”, mas questionou se há necessidade de subsidiar a gasolina.
Nesta segunda-feira (31), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a proposta elaborada pelo governo deve abranger somente a tributação do óleo diesel.
Fonte: G1